Greve na Saúde
Maputo
(Canalmoz) – O Governo de Moçambique, como sempre, mostrou a sua
incapacidade de dialogar pacificamente sem recorrer ao uso da força e
respeito aos direitos humanos. Ao terceiro dia da greve, os médicos e
outros profissionais da Saúde foram brutalmente escorraçados do Jardim
Dona Berta, cruzamento entre as avenidas Maguiguana e Vlademir Lenine,
na cidade de Maputo, por um forte contingente policial munido de
diversos tipos de armas de fogo.
Os
grevistas, cerca de duas centenas, foram abordados pela Polícia
fortemente armada quando se preparavam para uma reunião de balaço da
greve que está a decorrer.
O
contingente policial, composto por cerca de duas dezenas de agentes da
Polícia de proteção civil e alguns polícias de trânsito, chegou por
volta das 08 horas e logo introduziu-se pelo jardim adentro e obrigou os
médicos e outros profissionais da Saúde a se retirarem do local.
Assustados,
todos os grevistas abandonaram o local, tendo posteriormente se
amotinado num dos passeios, nos arredores do Jardim Dona Berta, no
cruzamento entre Avenidas Maguiguana e Vlademir Lenine, na cidade de
Maputo.
No
local os grevistas decidiram que a reunião interditada fica adiada para
uma outra data e local ainda por decidir, mas reiteraram a decisão de
continuação da greve.
Não obstante a situação, nenhum dos grevistas foi agredido tendo apenas sido ameaçados.
Falando
à Imprensa, o presidente da Associação Médica de Moçambique, Jorge
Arroz, lamentou e criticou a atitude da Polícia e disse que a mesma
representa uma intimidação. Para Arroz, esta é a altura de as pessoas
perceberem o grau de ameaças que os médicos e outros profissionais da
Saúde têm estado a sofrer desde a eclosão da greve, na segunda-feira.
A
fonte garantiu que de momento não há condições de negociações com o
Governo, enquanto este continuar com intimidações aos grevistas.
“Este
é um espaço público, pois não vemos a razão de sermos proibidos de nos
reunir. Isto é violação dos nossos direitos e intimidação”. Disse o
presidente da Associação Médica de Moçambique.
Ameaças e intimidações despertam mais raiva aos grevistas
Arroz
descarta a hipótese de suspender a greve devido ao nível de ameaças que
os grevistas têm vindo a sofrer. A fonte disse que muito pelo
contrário, as intimidações estão a despertar ainda mais o sentimento de
revolta no seio dos grevistas e aos profissionais de outros sectores que
também estão a ser marginalizados pelo Governo.
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