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VOA News: África

domingo, 19 de agosto de 2007

ENERGIA: URGE REPENSAR ESTRATEGIAS

O MONOPÓLIO DA EDM CUSTA BOLSO E PRANTO AO CIDADÃO
Temos amiúde testemunhado um crescendo de preocupações a volta da produção, gestão e venda da energia na Cidade de Maputo, em particular, e em toda extensão territorial. Ao que leva observar e crer é também a correlação existente entre o quase monopólio total da nossa companhia pública, Electricidade de Moçambique (EDM-EP) e a (in) satisfação da maioria da sua clientela que não tem outra hipótese senão continuar a ser mal servida por ela. Vamos a reflexão, se me permitem.

FACTORES CONCORRENTES
Indicaria nesta primeira parte desta reflexão aquilo que chamaria de ‘factores’ que fazem com que a EDM-EP esteja hoje servindo mal senão pior aos seus clientes. A produção e gestão da energia* *não satisfazem a ninguém. Quase que a totalidade da produção e distribuição em Moçambique está nas mãos da EDM, levantando as pestanas de todos das razoes disso continuar assim. Ora isto não permite uma boa gestão, sabido que o país é vasto, EDM queixasse de exiguidade de fundos para estender a rede para mais zonas do país, recorrendo bastas vezes ao financiamento exterior.

Ligado a esta situação é um regime de gestão deficitário e de falta de controlo* que leva a roubos de cabos e sucessivos ‘blackouts’ nas cidades como por exemplo Beira por oportunistas.

A par desta anacrónica situação de roubos nota-se uma disfunção no dirigismo da empresa a todos os níveis. Sob pano do poder do dia, o saque e descaminho de fundos para fins próprios ou privados caracteriza a empresa. Viu-se, por exemplo, no mandato do último PCA, o dr. Veloso, aquela sua ligação clandestina a sua quinta muito propalada nas medias para o choro de quem a coisa pública é bem público e não mais que isso. Com a pasta da energia aos seus ombros, vimos um ministro a fazer a extensão de cabo eléctrico só para iluminar a casa dos pais enquanto olha a miséria a sua volta algures em Gaza. Portanto, tudo isto e mais outros factores latentes estão por detrás do que desembocou na situação actual e todos estamos a sentir na flor da pele.

RADIOGRAFIA ACTUAL
Digo que sentimos na flor da pele porque se olharmos como a nossa energia chega a nossas casas notaremos que ao longo das vinte quatro horas, da segunda-feira a domingo se registam flutuações e corte constantes. Não falo aqui de serviços de cuja dependência energética lhes custa rios de dinheiro e vidas. Muitas zonas suburbanas e rurais experimentam aquilo que chamaria ‘olhos pachorrentos dum leão doente’ para caracterizar que a qualidade baixa* que com que ela se fornece para, ocasionalmente, uma voltagem arrasadora teimar desafiar sistemas de protecção dos bens electrodomésticos e mais. Contactada a EDM, ela sempre confirmou que está na lei compensar os clientes lesados.

Na verdade, porém, põe subterfúgios desnecessários* para a devida reposição dum haver danificado (por exemplo por alteração de voltagem). A outra questão liga-se ao facto do sistema de registo, facturação e pagamento ser dos mais onerosos ao cliente. Chego a esta conclusão porque para já por ausência de capacidade de intervenção à horas* as facturas são produto de uma aritmética de cujo valor se demorar uma manha senão dia para o pagar. Não falaria também de facturas mal processadas que podia consumir o espaço que aqui me reserva. Esta situação candente merece reflexão. Se a caminharmos assim, será a EDM satisfará seus clientes? Penso que não.

Ora bem, o actual ministro a batuta do ministério da energia afirma, de tempos a tempos, e a bom som que Moçambique tem grandes recursos energéticos tanto para o uso interno bem como para vender aos outros países; no caso aos vizinhos Malawi, Zimbabué e Africa do Sul. Entao, porque não iniciar mudanças de fundo na estrutura de funcionamento desde a produção, distribuição e gestão da energia? Temos capacidade com este monopólio ir cumprindo com o desiderato de bem servir e iluminar Moçambique? Eu sinceramente julgo que não. Por mim, a EDM devia ser repartida em outras empresas*, com a parceria do sector privado, sob fito de uma capacidade de cobertura no território de seus contratos.

O FUTURO QUE SE NOS ESPERA
Falei de capacidade de cobertura no território de seu contrato para aqui ilustrar que trazendo pequenas e médias empresas traria mais-valia e o tratamento das questões da energia a um nível de gestão exequível. Aborrece ouvir duma outra empresa publica, RM, os avisos constantes sobre cortes e trabalhos a certos espaços do dia, que até fazem adivinhar que sob pano de avisar a clientela um ‘cache’ cai na bolsa de dúzia de gatos pingados lá nas rádios. A outra proposta que trago aqui seria uma chamada para a descentralização da questão da produção, distribuição e gestão da energia para as províncias. Assim podemos, a passos cadentes e calculados, iluminar e fazer sorrir Moçambique.
*Fonte referida, incluindo imagens.

MIRADOURO -19-08-2007

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