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VOA News: África

domingo, 5 de outubro de 2008

Crise Americana: fim do capitalismo?*

…um apontamento de Letícia Castro (na imagem)
Como já dizia Bukowski: "Americans don't know what tragedy is". No poema "Earthquake", o escritor relata o pânico da população americana diante de um terremoto de 6,1 graus na escala Richter e traça um paralelo sobre a verdadeira miséria do grande império que lança bombas pelo mundo e o infesta com lixo cultural do que deveria ser a sétima arte. E termina, sentencioso: "Quem se importa? Desde que seja bem longe daqui." Bukowski foi o poeta mais falastrão da geração beat dos anos 50 e o mais emblemático dessa época. Estivesse ele vivo hoje (faleceu em 1994), o que não diria sobre o pesadelo do gigante?
Depois do ataque às Torres Gêmeas do WTC (World Trade Center), os EUA entraram numa paranóia sem fim, bem no meio do governo de um lunático descontrolado, contra possíveis terroristas alucinados, e o resto do mundo virou alvo certeiro. As divisas se esvaindo pelo ladrão numa guerra sanguinária que não destruiu apenas um longínquo país árabe. A poeira do deserto resvalou em casa, implacável. Teorias conspiratórias à parte, de Michael Moore e afins, a caça às bruxas do governo Bush e uma série de atitudes equivocadas no mercado imobiliário levam o país a beira do colapso. Masquerades, os rostos já não se escondem e até a imprensa local ataca os repórteres estrangeiros que tentam cobrir o fato in loco: "Get out! Get out of here!", bradava um jornalista, dedo em riste, contra um colega estrangeiro anteontem em Wall Street, segundo imagens do Jornal da Globo da noite desta segunda.
Estivesse Bukowski por aqui, certamente diria que os americanos sabem o que é o pânico. O pacote emergencial de US$ 700 bilhões está para ser votado outra vez hoje, no Senado, mas estima-se que o rombo provocado pelo subprime e seus efeitos no mundo alcance a cifra de US$ 1 trilhão, segundo o FMI (Fundo Monetário Internacional). A confiança do americano na política se torna tão rarefeita que sufoca a campanha dos candidatos à presidência.
Tanto Obama quanto McCain ficam pra lá e pra cá, como dois marionetes, às voltas de Bush, em telefonemas e viagens, e em discursos e planos que tentam ajudar a resgatar a esperança. Os dois se esforçam, mas diante da crise, também têm seus propósitos minados e, o que seria um dos melhores embates entre candidatos que já foi ao ar - devido ao momento histórico em que Obama cativa o mundo e McCain tenta limpar a imagem dos republicanos do efeito Bush - acabou sendo um dos eventos menos assistidos pela população em toda história de debates eleitorais, pouco mais de 50 milhões de espectadores acompanharam o encontro dos presidenciáveis em todo o país nesta última sexta. A turbulência está instaurada e o mundo assiste de perto, temeroso pelas consequências, o vôo descontrolado do gigante. Resta esperar que a votação de hoje consiga encaminhar o plano de assistência financeira à decisão final na Câmara dos Representantes, nesta quinta, e os ânimos se acalmem.
Fonte: Letícia Castro/editora do BABEL.com e equipe Blogueiro Repórter. *meu titulo

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