Incidentes com material absoleto já fizeram mais de cem mortos este ano em Maputo
Em Moçambique, pelo menos cinco feridos graves e pesados danos materiais é o resultado de mais uma explosão provocada por armamento militar obsoleto proveniente do paiol de Mahlazine, no centro do incidente que em Março matou mais de cem pessoas.
Em Moçambique, pelo menos cinco feridos graves e pesados danos materiais é o resultado de mais uma explosão provocada por armamento militar obsoleto proveniente do paiol de Mahlazine, no centro do incidente que em Março matou mais de cem pessoas.
O incidente, que desta vez ocorreu na Base Aérea de Maputo, está a provocar um misto de indignação e protestos e o agravamento de receios no seio da população. A história repete-se: Maputo voltou hoje a ser abalada por uma explosão. Eram cerca das sete e trinta da manhã desta terça-feira. Muitas pessoas acordaram com o violento estrondo.
É o terceiro incidente do género desde as trágicas e devastadoras explosões de há quatro meses no principal paiól militar do país, Mahlazine, nos arredores da capital moçambicana.
Nos anteriores, um total de seis pessoas, incluindo militares e crianças perderam a vida.
Incidente inaiceitável
A BBC ouviu o portavoz do Ministério da Defesa, Joaquim Matarruca que confirmou ter-se tratado de uma explosão causada por um óbus que juntamente com outro tipo de armamento era transportado num camião para a Moamba, nos arredores da capital, onde aquele tipo de material está a ser destruído pelas autoridades.
“Quatro militares ficaram feridos e o carro ficou completamente destruído”, revelou.
Residentes de Maputo contactados pela BBC classificaram o incidente desta terça-feira de inaceitável.
Receiam que mais tragédias os esperem pela frente e dizem que estão traumatizados, como ficou aliás provado quando um incêndio de grandes proporções ocorrida Sexta-feira última fez com que muitos cidadãos entrassem em pânico.
Condições de manuseamento
O que aprendemos é que este tipo de engenhos requer cuidado especial, mas por
vezes esses cuidados ultrapassam aquilo que são as nossas medidas de segurança.
Joaquim Matarruca, do Ministério da Defesa
vezes esses cuidados ultrapassam aquilo que são as nossas medidas de segurança.
Joaquim Matarruca, do Ministério da Defesa
Uma questão que volta a ser colocada às condições em que se está a proceder ao manuseamento, para posterior destruição, de armamento militar obsoleto – o mesmo cujo armazenamento em circunstâncias deficitárias é tido por investigações como tendo estado na origem das explosões de Março passado.
A BBC perguntou ao portavoz do Ministério da Defesa Joaquim Matarruca se as lições não estão a ser aprendidas.
“O que aprendemos é que este tipo de engenhos requer cuidado especial, mas por vezes esses cuidados ultrapassam aquilo que são as nossas medidas de segurança. São situações que ocorrem fora da nossa previsão mas estamos a tomar medidas para que situações dessas não voltem a acontecer”.
Fonte: BBC-Lingua Portuguesa
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