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sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Baixa utilização pode ditar encerramento temporário de «pipe-line»

O "pipe-line" que transporta combustíveis líquidos do porto da Beira para Mutare e daqui distribuidos a todo o Zimbabué poderá encerrar temporariamente devido à crise económica naquele país africano, informou hoje fonte governamental moçambicana. Segundo o ministro dos Transportes e Comunicações de Moçambique, António Munguambe, citado pelo jornal on-line Correio da Manhã, o provável encerramento daquela linha de transporte de combustíveis deve-se ao seu reduzido uso. Devido à crise no Zimbabué, o oleoduto está a ser usado cada vez menos, aliás, "uma situação que poderá culminar, lamentavelmente, com o abandono temporário do seu uso no transporte dos combustíveis para aquele país" vizinho de Moçambique, frisou Munguambe.
Entretanto, o ministro dos Transportes e Comunicações de Moçambique não precisou quais as estratégias que o executivo de Maputo irá adoptar para reverter a situação da não utilização plena do "pipe-line" que transporta combustíveis líquidos do porto da Beira, na província de Sofala, para a cidade de Mutare, na província de Manicaland, de onde são distribuídos por todo Zimbabué. Dados avançados pelo ministro, indicam que, no primeiro semestre deste ano, o oleoduto registou um decréscimo na ordem de 55,8 por cento face ao volume de combustíveis transportados em igual período de 2006.
As políticas adoptadas pelo Presidente zimbabueano, Robert Mugabe, incluindo a controversa reforma agrária iniciada há sete anos (retirada de terras das mãos de fazendeiros maioritariamente brancos de origem inglesa), resultaram numa crise sócio-económica sem precedentes, facto que culminou, por exemplo, numa inflação de cerca de oito mil por cento. Segundo o ministro dos Transportes e Comunicações de Moçambique, a mesma linha de transporte de combustíveis está longe de atingir a capacidade instalada, contudo, esta "situação é agravada pela substituição do (uso do) 'pipe-line' por camiões no transporte de combustíveis da Beira para o Zimbabué". Muguambe assegurou, no entanto, que a companhia responsável pelo transporte dos combustíveis para o Zimbabué beneficia do serviço de exclusividade no Corredor de Desenvolvimento da Beira, ou seja, o troço Machipanda, na província central de Manica, e Limpopo em Gaza, sul de Moçambique.
O titular da pasta dos Transportes e Comunicações indicou, por outro lado, que os problemas com o Zimbabué se repercutem no tráfego internacional de cargas, exactamente nas linhas-férreas do Limpopo e de Machipanda. Exemplificando, afirmou que, no primeiro semestre deste ano, o transporte de carga através daquelas vias registou uma redução estimada em cerca de 3,6 por cento comparativamente a igual período do ano anterior. Recentemente, Mugabe descreveu como "complicada" a situação política e económica interna no Zimbabué, mas assegurou que "o governo está a desenvolver estratégias de modo a ultrapassar as sanções impostas" por alguns países do Ocidente, nomeadamente pela ex-potênciacolonial, o Reino Unido.
Fonte: Correio da Manha

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