Maputo,Segunda-feira 29.04.02, Nº 2515 - Editor: Lourenço Jossias
Sobre o alegado tráfico de armas envolvendo o Presidente Joaquim Chissano, o mediaFAX apurou o seguinte:
- Em contacto com fontes na actual direcção da Universidade Moderna (UM), foi-nos dito que, no longo processo em julgamento no Tribunal de Monsanto (arredores de Lisboa), não existem quaisquer refe- rências a esta matéria.
- Uma jornalista portuguesa que teve a oportunidade de consultar o processo corrobora a informação obtida junto da UM.
- As mesmas fontes fazem, contudo, notar que há processos paralelos que ainda estão em segredo de justiça, esses, sim, abordando a problemática do tráfico de armas e a sua ligação à Universidade Moderna e a uma loja maçónica em Cascais, a Grande Loja Regular de Portugal - GLRP.
- José João Zoio, antigo cavaleiro tauromático e trabalhando também na segurança da Universidade Moderna, movimentando-se nos círculos da extrema direita portuguesa, é o indivíduo referenciado como envolvido no tráfico de armas. Zoio fez várias viagens a Moçambique, São Tomé e Príncipe e Brasil, segundo declarou à Polícia Judiciária para tratar de assuntos da maçonaria.
- O mediaFAX apurou que a maçonaria portuguesa, uma sociedade de contornos secretos visando fomentar os interesses dos seus próprios membros no seio das instituições democráticas, há vários anos que tenta recrutar " maçons pretos" no seio da hierarquia do poder em Moçambique. Com a mesma discrição, a "Opus Dei", um movimento secretivo baseado no fundamentalismo católico, tem desenvolvido idênticas iniciativas no País. Em Portugal, uma parte da direcção histórica do Partido Socialista, incluindo Mário Soares, têm ligações com a maçonaria, por sinal, uma "loja" diferente do GLRP. Na "Opus Dei", uma das figuras mais conhecidas é o banqueiro Jardim Gonçalves, patrão do BIM. À altura do seu assassinato, foi referido que Lima Félix, também administrador do BIM, seria membro da "Opus Dei", mas tal facto nunca foi provado. Em Itália, o caso mais mediático de actividades ilícitas envolveu uma loja maçónica, o Vaticano e a Máfia.
- Por força da coabitação com a Renamo e sobretudo para retirar ao movimento de Afonso Dhlakama os seus apoios externos, têm aumentado no País desde a década de 90 a circulação e permanência por largos períodos de indivíduos ligados à extrema direita em Portugal e na África do Sul, habitualmente circulando sob a capa de "homens de negócios" ou consultores para assuntos de segurança. Ao abrigo dessa mesma política, implicados no " levantamento branco" contra o Acordo de Lusaka, mais conhecido como o "7 de Setembro", residem ou deslocam-se a Moçambique com a mesma capa. Para além de outros nomes referenciados anteriormente no mediaFAX, vem com alguma frequência a Moçambique, o comandante Alpoim Calvão, responsável pela invasão da Guiné-Conacri, por tropas portuguesas e acusado por Otelo Saraiva de Carvalho de estar implicado no assassinato de Amílcar Cabral. Elementos dos serviços secretos e das forças especiais sul-africanas responsáveis por massacres em Moçambique e Angola, desenvolvem negócios em Maputo, alguns dos quais com parceiros na antiga segurança moçambicana. O indivíduo ficou conhecido como o mais famoso espião do "apartheid", Craig Williamson, infiltrado nos movimentos estudantis sul-africanos, onde militou Carlos Cardoso, tinha negócios em Moçambique antes de ser preso em Angola num negócio de diamantes. Embora não provado, foi referido que um outro "novo empresário" sul-africano residente em Sofala esteve envolvido no assassinato do Primeiro-Ministro sueco, Olof Palme
- Os mecanismos de investigação de sanções à Unita referiram, em pelo menos um caso, a utilização da base aérea de Nacala por um avião ao serviço de uma das novas companhias aéreas moçambicanas operando com aviões de pequeno porte nos fornecimentos a Jonas Savimbi no interior de Angola.
- Fontes ligadas ao MPLA disseram ao mediaFAX que, pouco antes da ofensiva militar de 1999 contra Jonas Savimbi, os serviços de inteligência angolanos teriam detectado o porto da Beira como uma das rotas para os blindados da Unita adquiridos nas ex-repúblicas soviéticas. Os blindados foram circulados por um terceiro país vizinho a Moçambique antes de entrarem no extremo Leste de Angola. As mesmas fontes garantem que o MPLA fez saber do seu desagrado às autoridades moçambicanas através de canais apropriados. Foram infrutíferos os esforços do mediaFAX para tentar confirmar junto do porto da Beira tais movimentos.
- O mediaFAX tentou obter dos deputados da Renamo informações adicionais que substanciassem as suas acusações. Sem sucesso.
O mediaFAX prosseguirá a sua investigação tentando juntar todas as pontas deste complexo processo.(R)
Fonte: CANAL DE MOÇAMBIQUE / M I R A D O U R (O)NLINE - CANAL NOTICIOSO - MOÇAMBIQUE - MMVII
_________________________________________________Sobre o alegado tráfico de armas envolvendo o Presidente Joaquim Chissano, o mediaFAX apurou o seguinte:
- Em contacto com fontes na actual direcção da Universidade Moderna (UM), foi-nos dito que, no longo processo em julgamento no Tribunal de Monsanto (arredores de Lisboa), não existem quaisquer refe- rências a esta matéria.
- Uma jornalista portuguesa que teve a oportunidade de consultar o processo corrobora a informação obtida junto da UM.
- As mesmas fontes fazem, contudo, notar que há processos paralelos que ainda estão em segredo de justiça, esses, sim, abordando a problemática do tráfico de armas e a sua ligação à Universidade Moderna e a uma loja maçónica em Cascais, a Grande Loja Regular de Portugal - GLRP.
- José João Zoio, antigo cavaleiro tauromático e trabalhando também na segurança da Universidade Moderna, movimentando-se nos círculos da extrema direita portuguesa, é o indivíduo referenciado como envolvido no tráfico de armas. Zoio fez várias viagens a Moçambique, São Tomé e Príncipe e Brasil, segundo declarou à Polícia Judiciária para tratar de assuntos da maçonaria.
- O mediaFAX apurou que a maçonaria portuguesa, uma sociedade de contornos secretos visando fomentar os interesses dos seus próprios membros no seio das instituições democráticas, há vários anos que tenta recrutar " maçons pretos" no seio da hierarquia do poder em Moçambique. Com a mesma discrição, a "Opus Dei", um movimento secretivo baseado no fundamentalismo católico, tem desenvolvido idênticas iniciativas no País. Em Portugal, uma parte da direcção histórica do Partido Socialista, incluindo Mário Soares, têm ligações com a maçonaria, por sinal, uma "loja" diferente do GLRP. Na "Opus Dei", uma das figuras mais conhecidas é o banqueiro Jardim Gonçalves, patrão do BIM. À altura do seu assassinato, foi referido que Lima Félix, também administrador do BIM, seria membro da "Opus Dei", mas tal facto nunca foi provado. Em Itália, o caso mais mediático de actividades ilícitas envolveu uma loja maçónica, o Vaticano e a Máfia.
- Por força da coabitação com a Renamo e sobretudo para retirar ao movimento de Afonso Dhlakama os seus apoios externos, têm aumentado no País desde a década de 90 a circulação e permanência por largos períodos de indivíduos ligados à extrema direita em Portugal e na África do Sul, habitualmente circulando sob a capa de "homens de negócios" ou consultores para assuntos de segurança. Ao abrigo dessa mesma política, implicados no " levantamento branco" contra o Acordo de Lusaka, mais conhecido como o "7 de Setembro", residem ou deslocam-se a Moçambique com a mesma capa. Para além de outros nomes referenciados anteriormente no mediaFAX, vem com alguma frequência a Moçambique, o comandante Alpoim Calvão, responsável pela invasão da Guiné-Conacri, por tropas portuguesas e acusado por Otelo Saraiva de Carvalho de estar implicado no assassinato de Amílcar Cabral. Elementos dos serviços secretos e das forças especiais sul-africanas responsáveis por massacres em Moçambique e Angola, desenvolvem negócios em Maputo, alguns dos quais com parceiros na antiga segurança moçambicana. O indivíduo ficou conhecido como o mais famoso espião do "apartheid", Craig Williamson, infiltrado nos movimentos estudantis sul-africanos, onde militou Carlos Cardoso, tinha negócios em Moçambique antes de ser preso em Angola num negócio de diamantes. Embora não provado, foi referido que um outro "novo empresário" sul-africano residente em Sofala esteve envolvido no assassinato do Primeiro-Ministro sueco, Olof Palme
- Os mecanismos de investigação de sanções à Unita referiram, em pelo menos um caso, a utilização da base aérea de Nacala por um avião ao serviço de uma das novas companhias aéreas moçambicanas operando com aviões de pequeno porte nos fornecimentos a Jonas Savimbi no interior de Angola.
- Fontes ligadas ao MPLA disseram ao mediaFAX que, pouco antes da ofensiva militar de 1999 contra Jonas Savimbi, os serviços de inteligência angolanos teriam detectado o porto da Beira como uma das rotas para os blindados da Unita adquiridos nas ex-repúblicas soviéticas. Os blindados foram circulados por um terceiro país vizinho a Moçambique antes de entrarem no extremo Leste de Angola. As mesmas fontes garantem que o MPLA fez saber do seu desagrado às autoridades moçambicanas através de canais apropriados. Foram infrutíferos os esforços do mediaFAX para tentar confirmar junto do porto da Beira tais movimentos.
- O mediaFAX tentou obter dos deputados da Renamo informações adicionais que substanciassem as suas acusações. Sem sucesso.
O mediaFAX prosseguirá a sua investigação tentando juntar todas as pontas deste complexo processo.(R)
Fonte: CANAL DE MOÇAMBIQUE / M I R A D O U R (O)NLINE - CANAL NOTICIOSO - MOÇAMBIQUE - MMVII
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