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VOA News: África

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Carta ao meu amigo Nelson no Chitengo, Gorongosa (16)

Caro Nelson,
É com alegria e satisfação que ti escrevo esta carta. Nós estamos de boa saúde, e sobretudo comovidos pela sua prestação da equipa nacional de futebol no pretérito fim de semana, quando fez frente e empatou, com a turma da Costa de Marfim. Foi empate a um golo bom, mas não suficiente para contarmos vitória; ou seja, de já termos o cartão de trânsito para a fase seguinte do apuramento para a final do CAN (Angola) e do Mundial (RSA). Menos sorte teve angola, que foi derrotada e a sua transição depender de terceiros. Mas, Angola foi também sortuda por ter organizado as eleições gerais das quais o MPLA saiu vencedora com uma maioria qualificada. A UNITA aceitou os resultados, esperando que o partido vencedor governe no interesse da nação angolana.
Olhando para o processo e resultados destas eleições angolanas, lições de democracia podem ser colhidas para o caso moçambicano. Muita pena que entre os observadores e demais pessoal que foi a Angola idos do nosso país, fossem aqueles inteiramente da e ligado ao partido no poder, a Frelimo. Até os homens da comunicação social foram aqueles das graças dos ‘camaradas’. É só imaginar o que um Edmundo Galiza Matos pode reportar com objectividade jornalística de Luanda. É só imaginar o efeito do seu blog pessoal Ngola atrelado nas páginas oficiais do website da (nossa) Rádio pública nacional (RM). Obviamente, Nelson, tudo isto foi desenhado para não termos a imagem completa do que se passa nas hostes da oposição angolana, seus sucessos e infortúnios. Foi, então, mais MPLA do que UNITA o se leu infelizmente. Neste espaço, trouxe alguma informação alternativa para em certa medida fechar esse ‘gap’ ou deficit informativo.
Nelson, eu dizia que podemos aprender do processo angolano. Assumo que, no entanto, quer queiramos quer não, o nosso processo é sui generis. Temos atores políticos de outra tarimba, outra experiência. O espaço democrático conquistado entre as duas nações não se pode medir de mão beijadas. Há similitudes que na verdade um sistema deve colher de um e do outro. Por exemplo, Moçambique podia aprender dos angolanos como organizar eleições livres e justas num só dia, ao invés de dois ou três, com uma afluência recorde. Podia também aprender com os angolanos como admitir mais partidos e coligações a concorrer para que a fasquia de votos obtidos do sufrágio universal seja ela a ditar se o partido é ou não eliminado. Portanto, não teríamos hoje os MONAMOs, PIMOS e outros partidos sem expressão, se esse preceito fosse acautelado por lei.
Se não temos muito a dizer sobre o que aconteceu em Angola e outras partes do mundo onde a democracia é vibrante, deve-se ao deficit de informação rigorosa e balançada por demanda de quem diz que controla como se faz política neste país. Concluindo, Nelson, seria enriquecedor se ao povo lhe fosse dada a oportunidade de aprender dos outros povos.
Um abraço do teu
Dedé

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