…naquilo que é interpretado como sendo a maior caçada que alguma vez o Governo da Frelimo se viu compelida a realizar para deter aqueles que são procurados pela justiça aos que diante dela devem prestar o juizo da sua ‘intocabilidade’.
A imprensa fez o retrato e as linhas com que se cosem as bordas do caso de 'tubarões' (conforme os chamou advogado Simião Cuamba em entrevista a BBC hoje) que foram levados para os calabouçoes, onde passaram a ver o sol aos quadradinhos. Ainda assim, o conceituado jornalista e representante da CIP, Marcelo Mosse, aplaudiu esta decisão do Ministério Público (MP) de trazer as barras dos tribunais o antigo Ministro da Presidência dos assuntos de segurança e que cuidava da integridade física de Joaquim Chissano cerca de 10 anos.
Chama-se atenção, no entanto, que diante de civicias intestinais na Frelimo contínuas, se possa ver um multiplicar de mão pessadas das alas conservadoras deste partido, que tragam para o terreiro um problema que o Ministério Público pode não ter anticipado. O que está em questão é a natureza e qualidade do peixe-graúdo que foi retirado do mar [e com ele os cerca de 8milhoes de dolares americanos (220mil milhoes de MTs) do Estado]. Só a grandeza do mesmo põs Maputo e o país a pestanejar e sem saber se deve rir ou chorar, não habituados a prisões de altos dignátarios, pelo menos, nos últimos 20 anos.
Corroboro com a ideia de que, mantendo essa toada interventiva do Ministério Público, viz-á-viz a sua independência na tomada de deciões, poder-se-ão esclarecer grande parte dos pendentes que andam nas suas gavetas. Onde está meu medo?
Primeiro, penso que o Juíz Paulino não irá deixar a sua carteira profissional em mão alheias. Poder’a fazer tudo para que o assunto, este do super-ministro pelo menos, tenha um encaminhamento. Mas, quem sabe se não será um golpe de teatro para fazer de contas que tudo fazemos para combater a corrupção e o nepotismo que graça as figuras de próa que representam as nossas instituições públicas.
O meu segundo medo reside no facto de se olhar neste e só neste caso já longuícuo de que há memórias. Nem é preciso de fazer esforço nenhum, para notar que, numa próxima esquina, esteve o Nguenha e o Mazula com as maões nas bolsas, o Coetzee nos dinheiros da Danida na Zambézia, os administradores e secretários da Frelimo a se degladiarem para a posse da maior fátia dos 7mil contos deixados à sua mercê, em quase todos os 128 distritos (quantos é que são agora, com a salada do esquartejamento dos mesmos, para proveitos eleitoralistas da Administração Interna, do senhor Lucas Chomera). Serão estes e outros casos esquecidos? Porquê não vão a justiça?
Enfim, o emaranhado de situações e gestão dos processos pendentes e este vai ser para o MP uma imensidão, como o mar. Mas atacá-los com a proporcionalidade e urgência que merecem se lhe impõe. Senão estará a enganar-se a si própria ante olhar impávido dos demais, uma vez mais. Fotos adapatada/Noticias/CM
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