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sexta-feira, 19 de abril de 2013

Renamo diz que encontros com Governo para diluir tensão sem resultados concretos

A Renamo, principal partido da oposição moçambicana, disse hoje que os encontros com o Governo para o desanuviamento da tensão no país não produziram "resultados concretos", acusando o executivo de apostar numa opção que levará ao "suicídio militar".

A Renamo (Resistência Nacional de Moçambique) e os ministérios da Defesa e do Interior mantiveram na semana passada encontros, visando impedir que o país deslizasse para um conflito generalizado, após confrontos entre antigos guerrilheiros da Renamo e a polícia e outras situações de violência, no centro do país, terem provocado oito mortos e vários feridos e detidos.
Em conferência de imprensa realizada na sede do partido em Maputo, o porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga, afirmou que os encontros com o Governo não produziram resultados concretos.
"Não houve nada de concreto, porque o diferendo é político, mas o Governo quer torná-lo militar e as exigências do presidente da Renamo (Afonso Dhlakama) para que fosse retirada a força que o cerca em Gorongosa não foram respeitadas", afirmou Fernando Mazanga.

Segundo a Renamo, Afonso Dhlakama "vive em prisão domiciliária", uma vez que a polícia montou um cerco na Serra da Gorongosa, uma antiga base militar da Renamo, onde o líder do partido se reinstalou em outubro do ano passado, como ameaça de rutura do diálogo com o Governo em torno do processo preparatório para as eleições autárquicas deste ano e gerais de 2013.
Fernando Mazanga declarou que a alegada recusa do Governo de retirar a polícia da Serra da Gorongosa é um sinal da aposta na "militarização" do diferendo, que pode conduzir o executivo ao "suicídio militar", pois "qualquer investida contra a Renamo será rechaçada".
De acordo com o porta-voz do principal partido da oposição, o litígio com o Governo é político, pois a "Renamo exige a recomposição da Comissão Nacional de Eleições (CNE), para que os próximos escrutínios sejam transparentes, livres e justos".
"Não faz sentido que um dos atores do processo eleitoral esteja na CNE em superioridade numérica, porque ganhou nas eleições anteriores", frisou Fernando Mazanga.
A Renamo exige uma representação numérica igual à da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, na CNE, defendendo o mesmo em relação ao Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira maior bancada parlamentar, como forma de impedir uma alegada fraude eleitoral a favor da Frelimo.
PMA // MLL
Lusa – 18.04.2013

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