- Reinício das
negociações fica condicionado a resposta positiva de algumas questões pontuais como
a libertação dos 15 elementos da Renamo detidos no quartel da polícia em
Muxúnguè, assim como a libertação das sedes da Renamo ocupadas pela FIR
O líder da Renamo, Afonso Dhlakama,
convocou na tarde de ontem a imprensa para dar a sua versão em torno dos
últimos acontecimentos de Muxúnguè, distrito de Chibabava, província de Sofala,
onde inicialmente elementos da FIR invadiram e expulsaram membros da Renamo que
estavam concentrados na sua sede naquele posto administrativo. É Naita Ussene esta
situação que gerou uma pronta resposta dos elementos da Renamo. Dias depois,
autocarros de transporte de passageiros e camiões de transporte de carga foram
emboscados na Estrada Nacional Número Um (EN1). No total 8 pessoas perderam a
vida.
Afonso Dhlakama assegurou que, de
facto, foi ele que mandou os homens reagir ao ataque ao quartel da FIR em
Muxúnguè, isto em retaliação ao ataque e detenção que os seus homens foram
vítimas um dia antes.
Entretanto,negou redondamente qualquer ligação
com os homens que atacaram as viaturas de transporte de passageiros e carga.
Em relação ao que pode vir a acontecer nos
próximos tempos tendo em conta a tensa situação que se assiste em Muxúnguè e a agitação
que se verifica um pouco por todo o país, Afonso Dhlakama deu a conhecer uma boa
nova:que já foicontactado pelo Presidente da República por via de uma equipa de
mediação, constituída por académicos moçambicanos.Segundo ele, a referida missão
de mediação contactou a sede da Renamo em Maputo, através da entrega de um
documento escrito, segundo Dhlakama, pelo Presidente da República. Isto aconteceu
esta segunda-feira.
Na carta, explicou Dhlakama, o Presidente
da República pede ao líder da Renamo para que ordene os seus homens a não
avançar em confrontação militar, ao mesmo tempo que pede o reinício das negociações
com a Renamo em torno das preocupações que vem sendo colocadas por este partido
há já algum tempo.
Dhlakama diz ter respondido a carta colocando
pré condições para que efectivamente se reinicie o processo negocial com o
governo moçambicano. Uma das condições que diz ter imposto tem a ver com a
necessidade de os agentes da FIR posicionados nas sedes do partido em vários pontos
do país abandonarem imediatamente os locais e libertarem as sedes da Renamo para
o reinício das actividades político partidárias.
Não foi claro sobre quando
concretamente enviou a carta para o Presidente da República mas assegurou que a
carta a si dirigida chegou-lhe as mãos esta segunda-feira.
Em relação a resposta do PR, diz
Dhlakama, ter recebido indicações positivas. Mas como conhece o Chefe de Estado
moçambicano, diz que só vai avançar em qualquer sentido depois de ver acções
concretas a serem desenvolvidas por Guebuza no âmbito das suas exigências.(José
Chirinza)
MEDIA FAX - 11.04.2013
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