Reacções à posição do Governo face às manifestações
Se formos a reparar, todo o processo produtivo, refiro-me às indústrias, são dependentes, da água e da energia. Mexeu-se com os factores de produção. E a face visível do sofrimento dos moçambicanos será quando a factura for cobrada nos meses subsequentes.
Então, todo esse processo de revolta devido ao agravamento de preços irá encontrar mais argumentos nos próximos meses.
Para além das várias instituições terem informado em tempo útil o aumento dos seus serviços prestados houve circulação de mensagens dando conta destas manifestações por causa do custo de vida. Portanto, eu acho que em tempo útil era o momento do Governo ter aparecido. O pronunciamento, ontem, do ministro do Interior, apesar de ser útil, peca por ser tardio porque houve evidências, e até o Comando Geral da Polícia emitiu pronunciamentos em função dessas mensagens. Mas não foram tomadas medidas reais e concretas para não termos os dados que tivemos. Danos materiais, esses podíamos ter, mas acho que entristece a qualquer um quando atingimos os danos humanos. Consoante a imprensa nacional, está acima de 10 óbitos e isso sem contabilizar os casos que foram regitrados. Sob meu ponto de vista houve erro de cálculo por não terem reduzido estes danos.
Ontem, no auge de todas as manifestações o Chefe de Estado privilegiou um encontro ao nível partidário ao invés de se reunir em Conselho de Ministro extraordinário, que ele teve hoje (ontem). Em termos de aparição pública, no auge da crise, em vez de aparecer um porta-voz do Governo ou o próprio Chefe do Estado, tivemos o porta-voz do partido Frelimo, na pose de estadista, para toda uma nação para apelar à calma do cidadão. No fim, numa fase controlada da crise, e depois de ter aparecido o ministro do Interior, é que tivemos a oportunidade de ouvir o Chefe do Estado.
(MiradourOnline)
Sem comentários:
Enviar um comentário