Faço votos de que a tua estadia na grandiosa reserva faunistica do país e, se não mesmo, uma das maiores de África em clima e bio-diversidade, seja das melhores. Li uma das tuas recentes postagens, Nelson. Que não vez a hora de dar uma ‘passeata’ para de perto ver o mundo animal do Parque Nacional de Gorongosa. Seria maravilhoso ter imagens que comemorem esse momento. Esss primeira vez! Nelson, cá vou indo mas com alguns preocupações na bolsa. Mas para não espalhar, imagino que o Nelson terá viajado para aí onde foi ido da
Beira por transporte da Fundação Carr, ou o seu transporte pessoal, senão teve que recorrer os demais chapas-cem que vão cobrindo as milhas das estradas deste grandioso país. Mas os chapas-cem nunca chegam sem uma estratégia de transporte concreta e exiquível.
Nelson, a quem acalentava uma certa esperança na solução da questão de transportes, quer ao nível da Cidade de Maputo, quer nas províncias vizinhas, quer ainda no país inteiro para onde uma estratégia do Governo teima a não se extender. Por outras palavras, Nelson, o que há são acções que visam dois Moçambiques. Por um lado, um Moçambique mais à sul e com epicentro na ora conhecida ‘cidade das acácias’ (Maputo). Um Moçambique mais à norte, com dois concorrentes centros urbanos (Beira e Nampula) a tacteiarem à sós e à nora os múltiplos problemas de organização do sistema de transporte que muito carecem. De facto, já passam tantos meses que um novo timoneiro tomou as rédeas do Ministério dos Transportes e Comunicações (MTC), que nada de concreto ouvimos dele; ou seja, nem eira nem beira!
Ao que tudo indica, os avisos sérios, das manifeitações de 5/2 passado (recorde aqui Guebuza sobre as mesmas), não tiveram eco desejado junto do governo no seu todo, e, na restrita, junto do MTC. Para se ser preciso, Armando Guebuza, PR, que já foi ministro nesta área e ainda com interesses empresariais na mesma, não encontrou o homem certo que lhe pode fazer uma revira-volta aos problemas prementes de que o sector se ressente e começar a responder às crescentes necessidades de transporte social para as populações do país inteiro. Não achas, ó Nelson! Agora, onde reside o búsilis da questão?
Paulo Zucula ainda não trouxe a mesa, e por essa via, ao Moçambique Inteiro, uma proposta realista e credível que mereça uma apreciação dos moçambicanos. O pouco que vemos é as acções isoladas de curto prazo, sem direcção nenhuma, contra passíveis e possíveis cenários que desemboquem na reedição de um outro 5/2. Quando muito, portanto, Nelson, vemos uma acção governativa letárgica e incoerente na margem da qual o Governo subsidia os combustíveis e cria mecanismos de compensação de frotas de de autocarros semicolectivos, vulgo chapa-cem, cuja propriedade da grande parte dos mesmos é pertença dos homens da nomenkalatura no poder, e, quiça, levantado preocupações, quanto à legalidade e potenciais conflitos de interesse dai resultantes.
Voltarei concerteza ao teu contacto durante a semana para mais novas, sobre como estamos a evoluir, para os pleitos eleitorais, cuja pre'-campanha deve ter arrancado, pelo menos, dos lados da Frelimo e da Renamo.
Meus cumprimentos,
Teu Dedé
Teu Dedé
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