Maputo, 24 jun (Lusa) -- O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, defendeu as suas presidências abertas, muito criticadas por vários círculos devido ao seu elevado custo, declarando que este método "não tem preço por permitir a interação com o povo".
O principal partido da oposição moçambicana, RENAMO, e vários analistas têm questionado o modelo das presidências abertas de Armando Guebuza, considerando-o excessivamente oneroso face à difícil situação económica em que o país se encontra.
Nas viagens de trabalho aos distritos do país, que duram semanas, Armando Guebuza usa cinco helicópteros alugados na África do Sul e dezenas de veículos todo-o-terreno e faz-se acompanhar por uma numerosa comitiva de funcionários da Presidência da República e funcionários das províncias.
Em resposta a esta crítica, ao cabo de 44 dias de mais uma presidência aberta, o chefe de Estado moçambicano disse quinta-feira na província do Niassa, norte de Moçambique, que "a presidência aberta não tem preço por ser uma escola" onde os moçambicanos interagem.
"A presidência aberta permite ver o que os moçambicanos estão a fazer, o milho, a soja que estão a produzir. Permite ver também como aparece uma estrada, uma escola onde se luta e se aprende como vencer a pobreza, daí que ela não tem preço", enfatizou Armando Guebuza.
As críticas de esbanjamento de recursos públicos ao chefe de Estado moçambicano têm sido igualmente endereçadas à sua mulher, Maria da Luz Guebuza, que também tem visitado vários empreendimentos sociais nas zonas rurais do país.
A alegada notoriedade exagerada de Maria da Luz Guebuza levou algumas correntes em Moçambique a especular sobre um plano de Armando Guebuza de projetar a mulher para uma posição de "presidenciável", face à aproximação do fim do limite dos dois mandatos presidenciais imposto pela constituição.
PMA
Lusa/Fim
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