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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Exportações de Moçambique impulsionadas por alumínio, carvão, gás e produtos agrícolas

Londres, Reino Unido, 27 Jun – As exportações moçambicanas vão conhecer um impulso nos próximos dois anos, com maiores vendas de alumínio, carvão, gás e produtos agrícolas, permitindo uma contracção do défice comercial em 2012, segundo a Economist Intelligence Unit (EIU).
No seu mais recente relatório sobre Moçambique, a EIU reviu em alta as suas projecções para as exportações de produtos moçambicanos, de 3,4 mil milhões de dólares para 3,6 mil milhões de dólares este ano, beneficiando da subida do preço das matérias-primas nos mercados internacionais.
“As previsões para as exportações de Moçambique, dominadas pelo alumínio, são positivas”, afirma o relatório.
A procura mundial de alumínio, que em Moçambique é produzido pela Mozal, a maior empresa do país, deverá crescer em média 5,7% ao ano nos próximos dois anos, com os preços a subirem acentuadamente este ano e baixarem ligeiramente no próximo.
“As exportações de carvão podem dar um contributo significativo a partir do final de 2011, mas podem ser retardadas devido às infra-estruturas associadas”, adianta o relatório.
Em Maio, a brasileira Vale iniciou a produção da sua mina em Moatize, província de Tete, e as exportações deverão começar em Julho deste ano, atingindo 1 milhão de toneladas nesta fase inicial.
Para o próximo ano, o objectivo de exportações é de 6 milhões de toneladas, quase duplicando para 11 milhões até 2014.
Já em operação está a mina de Moma da irlandesa Kenmare Resources e, no final deste ano, deverá iniciar-se a produção de uma outra exploração, de Benga, da australiana Riverdale Mining.
Vale e Riversdale prevêem canalizar a produção através da recentemente reconstruída linha do Sena, através do vale do Zambeze, para o porto da Beira, mas a infra-estrutura tem uma capacidade máxima insuficiente, cerca de 5 milhões de toneladas anuais.
Assim, o grupo brasileiro prossegue investimentos numa outra linha para fazer a ligação ao porto de águas profundas de Nacala e a Riversdale considera fazer o transporte por barcaça no rio Zambeze.
Outro impacto positivo esperado para as exportações de produtos moçambicanos é o do gás natural, devido a uma expansão já a partir do final deste ano, bem como dos produtos agrícolas, “em consequência do investimento do governo no sector”.
Para 2012, é esperado um volume de exportação de produtos em torno de 4 mil milhões de dólares, uma revisão em alta face aos anteriores 3,6 mil milhões.
O défice comercial dos serviços deverá recuar, com as importações relacionadas com o sector mineiro a ser mais do que compensada pelas exportações, ligadas ao turismo.
Também as importações deverão crescer em força nos próximos dois anos, devido aos altos preços petrolíferos e também à procura relacionada com os grandes projectos de exploração de matérias-primas e de infra-estruturas em curso no país.
O défice comercial moçambicano deverá mesmo registar um agravamento de 11,2% do PIB em 2010 para 12,3% do PIB em 2011, contraindo-se para 9,7% no ano seguinte, segundo as previsões da Economist.
Em grande parte devido ao crescente investimento em projectos de exploração de recursos minerais e de infra-estruturas, a EIU prevê um crescimento médio de 7,4% ao ano para a economia moçambicana, em 2011 e 2012. (macauhub)

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