O SISE (Serviço de Informações e Segurança do Estado) e a Polícia da República de Moçambique (PRM) estão a preparar um plano com o objectivo de “neutralizar” a base que a RENAMO conserva em Marínguè, onde supostamente estão cerca de 450 homens armados.
A elaboração do plano, descrito como “estratégico”, está a ser coordenada pelo Presidente da República, Armando Emílio Guebuza (AEG), que também pretende acompanhar a sua execução.
AEG sujeitou o estudo/ delineamento do plano a uma “orientação basilar” que consiste em evitar e/ou não pretextar nenhum afrontamento com o líder da RENAMO, Afonso Dhlakama.
É dada preferência a um diálogo com o mesmo, com base no argumento de que uma linha de boa vontade pode não só propiciar um compromisso sobre Marínguè, como estimular Afonso Dhlakama a voltar a um diálogo mais vasto com a FRELIMO.
De acordo com linhas gerais previamente traçadas, o plano deve, na sua execução, realçar a “bondade” das razões que assistem o Governo, sem denotar hostilidade para com a RENAMO; paralelamente, deve sensibilizar as populações para tais razões e/ou captar o seu apoio activo.
Entre as acções previstas constam as seguintes:
– Ofertas de bens e equipamentos instintivamente associados a um modo de vida a uma melhoria de condições básicas (tractores, alfaias agrícolas, bicicletas, rádios e telefones).
– Construção ou melhoramento de estradas, escolas e hospitais; implantação de redes de abastecimento de água e energia.
2 . Afonso Dhlakama, que ultimamente se terá manifestado receptivo a uma reabertura de negociações com a FRELIMO (exige que sejam sérias e objectivas), reagiu ao assunto do plano sobre Marínguè dizendo que a população deve receber o que a FRELIMO lhe der, porque é “produto de dinheiro roubado ao povo”.
Em conversa privada recente com membros da sua segurança pessoal considerou, porém, que a FRELIMO não tem verdadeira intenção de renegociar o AGP e que a única solução será o recurso a meios de pressão mais incisivos. Critica também a comunidade internacional que acusa de se manter indiferente ante a “falsa democracia” em Moçambique.
CORREIO DA MANHÃ – 25.05.2011
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