Moçambique é o segundo lugar de África “mais activo para o trânsito de narcóticos depois da Guiné-Bissau”, diz um telegrama da embaixada norte-americana em Moçambique revelado pela WikiLeaks.
As ligações entre Bachir e o presidente Guebuza são publicamente celebradas |
O telegrama atribui a expansão de Moçambique como um dos principais corredoers do narcotráfico proveniente da Ásia e da América Latina com destino à África do Sul e à Europa à corrupção e ligações directas entre traficantes e as mais altas figuras do aparelho do partido no poder, Frelimo.
“Apesar da retórica anti-corrupção, o Partido Frelimo não manifestou muita vontade política para combater o narcotráfico”, escreve o antigo encarregado de negócios da embaixada norte-americana em Maputo, Todd Chapman.
Corrupção
O telegrama, datado de Setembro do ano passado, aponta o empresário multimilionário Mohamed Bachir Suleman (identificado por “MBS”), como “o maior narcotraficante em Moçambique, com ligações directas ao presidente Guebuza e o antigo presidente Chissano”.
“MBS contribuiu grandemente para encher os cofres da Frelimo e forneceu um suporte financeiro significativo às campanhas eleitorais” de figuras do partido.Segundo o documento, outro moçambicano de ascendência asiática, Ghulam Rassul Moti conta também com a cumplicidade das mais altas figuras do poder moçambicano.
Mohamed Bachir Suleman é “o maior narcotraficante em Moçambique, com ligações directas ao presidente Guebuza e ao antigo presidente Chissano”.
Todd Chapman, ex-encarregado de negócios da embaixada norte-amricana em Maputo
A diplomacia norte-americana salienta o caso da gestão do porto marítimo de Nacala, a mais de dois mil quilómetros a Norte de Maputo, referindo Celso Correia, presidente da empresa Insitec e próximo de Guebuza, como o homem por detrás do tráfico de droga a partir daquela região.
Subornos
Segundo se lê no telegrama, os traficantes subornam a polícia, os serviços de imigração e os responsáveis pelas transferências aduaneiras para assegurar que a droga” proveniente do sudeste asiático entra “livremente no país”.
O documento da embaixada norte-americana em Maputo manifesta também apreensão com a nova Lei de Casinos, aprovada em Junho de 1999, que levantou restrições ao jogo “reduzindo as barreiras para os narcotraficantes branquearem os seus capitais”.
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