- e cruzam a zona de risco entre Rio Save e Muxúnguè
Maputo
(Canalmoz) – Depois do aviso da Renamo sobre a sua decisão de
interditar a circulação na Estrada Nacional Número 1 (EN1),
concretamente entre a zona do Rio Save e Muxúnguè, os operadores de
transportadores do Terminal Rodoviário Internacional da Junta e os
respectivos passageiros – cuja carreira de transporte passa pelo
perímetro que a Renamo revindica o controlo de circulação – decidiram
ariscar tudo e seguir viagem.
O
Canalmoz deslocou-se na manhã e no fim da tarde de ontem ao terminal da
Junta para ouvir a sensibilidade das pessoas sobre as declarações da
Renamo em relação à interdição de circulação, particularmente na EN1.
No
local, a nossa equipa de Reportagem constatou e soube de fontes que
todos os autocarros de passageiros, cujo trajecto passa pela zona
interdita pela Renamo, prosseguiram viagem com os respectivos
passageiros a bordo, ignorando, desse modo, o ultimato feito pelo maior
partido da oposição no País.
Falando
ao Canalmoz no terminal da Junta, Paulo Muthisse, fiscal sénior da
Associação dos Transportadores de Carreiras Interurbanas e
Internacionais (AMOSTRANS), disse que a direcção da Junta e os
operadores decidiram continuar a operar, mesmo com as ameaças da Renamo,
porque o Governo teria garantido protecção aos transportadores.
Questionado
pela nossa Reportagem se não teria havido passageiros que cancelaram a
viagem por causa das declarações da Renamo, Muthisse explicou que
aquando da venda dos bilhetes os operadores foram obrigados pela
AMOSTRANS a explicar aos passageiros sobre a situação, sendo que todos
aceitaram prosseguir viagem.
“Para
evitar barulho, nós (transportadores) vimo-nos na obrigação de explicar
a todos os passageiros que compravam bilhetes sobre a ameaça da Renamo,
mas eles, mesmo assim, aceitam viajar porque a maioria o faz por
questões profissionais, assuntos familiares, entre outros”, explicou o
fiscal da AMOSTRANS.
A
nossa fonte reconheceu o receio da eclosão de violência, mas ele disse
que as carreiras de transportes de passageiros no terminal da Junta não
vão parar enquanto o Governo continuar a garantir a segurança aos
operadores.
Na
manhã de ontem seis autocarros, cujo itinerário passa pela zona
interdita, seguiram viagem, segundo informações da Associação dos
Transportadores de Carreiras Interurbanas e Internacionais (AMOSTRANS.)
Município agitado e com receio de perder receitas
Com
as declarações da Renamo, o órgão máximo do município da cidade de
Maputo, especificamente o relacionado com a área de transportes, tem
estado a mostrar-se preocupado com a possibilidade de interdição de
circulação de transportes, incluídos os operadores do terminal da Junta.
Logo pela manhã o vereador dos Transportes e Trânsito do município de
Maputo, João Matlombe, deslocou-se ao terminal da Junta para
tranquilizar os transportadores.
No
local Matlombe instou aos operadores a continuarem a transportar
passageiros, alegando que o Governo está a controlar todo o perímetro de
perigo. Verdade ou não, sobre a garantia do Matlombe aos operadores, o
facto é que são vidas de pessoas que estão em perigo em caso de ataques
militares.
Refira-se
que há cerca de dois meses dois autocarros de transporte de passageiros
interprovinciais foram atacados por homens armados, na zona de Muxúnguè
e cuja responsabilidade foi imputada aos militares da Renamo, mas este
partido veio a desmentir a acusação. Um dos autocarros operava no
terminal Rodoviário Internacional da Junta e outro não, da InterCape,
onde neste último houve mortes enquanto noutro todos os passageiros
saíram ilesos.
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