Se o Governo não olhar para o factor motivacional na “Saúde”
Médicos admitem voltar à greve
-“... se for o último recurso legal para fazer valer a nossa causa poderá acontecer”, afirma o presidente da Associação Médica de Moçambique (AMM), Jorge Arroz.
Maputo
(Canalmoz) – Poucos dias depois do retorno ao trabalho em decorrência
da greve que durou 27 dias, a Associação Médica de Moçambique (AMM)
pondera voltar a paralisar as actividades, caso o Governo não satisfaça o
caderno reivindicativo da classe. Neste momento, os médicos confessam
estar com baixo índice motivacional.
Arroz falava ontem em Maputo depois de o Governo não olhar para o factor motivacional na “Saúde”.
Os
índices motivacionais dos médicos e outros profissionais de saúde
baixaram, depois que o “Governo ignorou as exigências da classe” e
“continua a intimidar e a cortar injustamente salários aos profissionais
de saúde”, disse Arroz.
Segundo
Jorge Arroz, o País poderá assistir a uma terceira greve, caso se
esgotem as manobras de diálogo, com todos os intervenientes, conducentes
à resolução dos problemas da classe.
“Agora não se pensa na greve, mas se for o último recurso legal para fazer valer a nossa causa poderá acontecer”.
A
suspensão da greve e o retorno às actividades foi, segundo AMM, um acto
deliberado, tudo a pensar nos moçambicanos e neste momento “estamos à
espera de uma reflexão por parte do Governo”, afirmou o líder sindical
dos médicos.
Greve silenciosa
Sobre
a propalada greve silenciosa, Arroz disse tratar-se de especulações
estranhas à AMM, “não haverá greve silenciosa, as interpretações não são
da associação”. Mas explica que “a saúde não é ausência de saúde
física, é um conjunto de bem-estar social e psicológico”. “As
intimidações do Governo poderão perturbar os médicos”.
Continuam descontos salariais e intimidações
Arroz disse ter informação de intimidações e descontos salariais em Nampula e na Beira.
Na
chamada “capital do norte” profissionais estão a sofrer sem explicação
plausível descontos na ordem de dois mil meticais, situação similar
vive-se na Beira.
Sem
especificar, avançou que em Maputo há mesmas tendências, mesmo que de
forma tímida. Sobre a situação, garantiu que a instituição que preside
“de tudo fará para defender os seus associados”.
CNDH promete analisar as queixas da AMM
Depois
do encontro com a AMM à porta fechada, a CNDH disse, através da
porta-voz do encontro, Farida Momade, que “Vamos analisar a relevância
das reivindicações e ver se estão dentro das nossas competências”.
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