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segunda-feira, 17 de junho de 2013

Médicos suspendem greve em nome do povo

“E assim, sem que tenhamos alcançado nenhum acordo, estando deveras insatisfeitos, a AMM e a CPSU, em respeito pela dor e sofrimento do povo solidário, declaram, hoje, dia 15 de Junho de 2013, a suspensão da greve geral dos profissionais de saúde!”

Maputo (Canalmoz) – Ao fim de 27 dias consecutivos de greve, os profissionais de saúde (médicos, enfermeiros e outros técnicos) anunciaram a “suspensão” da paralisação no Sistema Nacional de Saúde, sem que tenham chegado ao consenso com o Governo. No documento enviado ao Canalmoz pela Associação Moçambicana dos Médicos (AMM) não se especifica se as negociações que vinham decorrendo com o Governo continuam ou não com a suspensão da greve. Alega-se “respeito pela dor e sofrimento do povo solidário” para a suspensão da greve.
Eis o documento na íntegra
A Associação Médica de Moçambique (AMM) e a Comissão dos Profissionais de Saúde Unidos (CPSU) convocaram no dia 20 de Maio uma greve geral dos funcionários de saúde, como último recurso legalmente consagrado na Constituição da República (CR) para fazer valer os seus direitos e resgatar a dignidade dos profissionais de saúde. Respeitando todos os dispositivos legais, incluindo um pré-aviso de 7 dias, a AMM e CPSU, pautaram sempre pela transparência, legalidade e abertura total e completa a um diálogo franco, aberto e concreto, que foi traduzido num diálogo infrutífero por parte do Governo.
Garantindo sempre os serviços mínimos, os profissionais de saúde souberam agir de forma solidária a esta causa que tinha, tem e terá sempre interesses colectivos, lícitos e legítimos como prioridade. Cedo, nos apercebemos que a causa transcendia as fronteiras do sector saúde, abarcando todas as outras classes de profissionais do sector público. Percebíamos, a cada dia que passava, que, de uma forma ou de outra, a dignidade era e é um horizonte nosso que pretendemos alcançar.

O apoio e solidariedade dos moçambicanos sobressaiu e esteve visivelmente patente ao longo destas quatro semanas, sendo exemplos as várias manifestações que tiveram lugar e, mostrou o quão somos unidos e temos ideais herdados e bem patentes, ideais estes que remontam da luta de libertação nacional, cujo exemplo foi a marcha pela dignidade realizada hoje.
O primeiro passo para o alcance de algo é sempre sonhar. Sonhamos, acreditamos e fizemos! Fizemos chegar nossos ensejos à toda nação moçambicana. Nem as ameaças e intimidações destruíram nossos sonhos.
Assim, queremos aqui agradecer publicamente todo este apoio e solidariedade dos moçambicanos aos profissionais de saúde. Souberam cuidar de quem cuida! Souberam cuidar de quem salva!
A justiça social e equidade não é um sonho utópico. De utópico apenas tem a arrogância de quem não percebe. O carácter oculto e aparentemente inexistente de uma atitude insensível sobressaíram. Ouvimos, vimos e testemunhamos actos que só sabíamos existir nos livros da história universal e em particular de Moçambique.
A dor de um profissional de saúde em greve jamais deverá ser interpretada de forma leviana. A nós nos dói esta situação! É uma dor incalculável, que nos atrevemos a comparar à dor de um bisturi rasgando nossa pele sem a devida preparação psicológica e sem anestesia. Mas sentimos esta dor, minuto após minuto, hora após hora, dia após dia, durante estes 27 dias.
No entanto, também percebemos e compreendemos a dor dos Moçambicanos, que sempre mostraram a sua solidariedade, e de forma paciente souberam esperar pela resolução deste diferendo que opunha os profissionais de saúde e a entidade patronal.
E assim, sem que tenhamos alcançado nenhum acordo, estando deveras insatisfeitos, a AMM e a CPSU, em respeito pela dor e sofrimento do povo solidário, declaram, hoje, dia 15 de Junho de 2013, a suspensão da greve geral dos profissionais de saúde!
Apelamos que não se deixem intimidar por levantamentos de processos disciplinares. A greve é legal, sendo um direito constitucionalmente consagrado. As faltas marcadas são justificadas! Estas tentativas de intimidação devem ser imediatamente reportadas quer à CPSU, quer à AMM, a todos os níveis, que para o efeito tem um departamento jurídico para o devido tratamento.
Felicitamos a todos os profissionais de saúde, pela coragem e determinação que tiveram e mantém, dando os primeiros passos rumo à dignidade e à valorização da nossa classe.
Maputo, aos 15 de Junho de 2013
(Redacção)

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