Augusto
Paulino diz ainda que há magistrados que se furtam dos seus deveres,
deixando seu trabalho para os juízes sem justificação plausível.
O procurador-geral da República, Augusto Paulino, diz que os raptos e sequestros que abalam as cidades de Maputo e Matola são perpetrados por redes estrangeiras.
Falando
na abertura das Primeiras Jornadas Jurídicas do Ministério Público,
Paulino considerou ainda que o narcotráfico, a corrupção, a fraude, o
contrabando, o tráfico de armas são crimes que vêm de fora, praticados
por “gangs” transnacionais.
Para
o “guardião da legalidade”, estas práticas que “invadem” o nosso país
constituem um verdadeiro atentado à paz e soberania do Estado.
“Estas
práticas criminais são perpetradas por grupos transnacionais de crime
organizado, que representam uma verdadeira ameaça à paz, ao
desenvolvimento e até à soberania do Estado”, afirmou.
Paulino
diz ser urgente a necessidade de reforço da capacidade interna do
Estado para travar a onda de novos crimes que agitam Moçambique.
“Queremos
que o nosso país seja imune do chamado crime de colarinho branco,
traduzido em fraudes, subornos, acesso à informação privilegiada, o
peculato, contrafacção e crimes informáticos”, acrescentou Paulino.
Juízes incompetentes
O guardião da legalidade fez ainda um duro ataque aos juízes e procuradores, apontando casos de falta de competência técnica na classe.
“Todos
nós, como humanos, podemos cometer erros técnicos desde que os
assumamos e saibamos aceitar a correcção. O nosso temor é que esses
atropelos sejam propositados com fins pouco claros como seja a guisa da
corrupção, pois este mal não se vence com nenhuma acção de formação”,
afirmou Paulino, para depois acrescentar que “temos situação de colegas
magistrados do Ministério Público que realizam instruções preparatórias
sem os presos e deixam diligências para o juiz da causa sem justificação
plausível, deixando de cumprir o seu dever”. Aliás, para o
procurador-geral da República, há ainda registos de casos de detenções
ilegais perpetradas por juízes, sobretudo nas zonas recônditas.
Estes,
paradoxalmente, no lugar de tomar medidas razoáveis e consentâneas com o
caso, aplicam, invariavelmente, a captura, o que eleva a população
prisional. É suposto que nós, como juízes, saibamos que a liberdade é a
regra e a reclusão a excepção”, retorquiu.
Paulino considera que esta situação descredibiliza todo o sector da justiça.
Juízes sabotadores
Ainda
nas jornadas jurídicas do Ministério público, o jurista Albano Silva
teceu duras críticas aos juízes, acusando-os de sabotarem processos
criminais, através da falta de cumprimento dos prazos, mesmo nos casos
em que se exige urgência para a prossecução das investigações. «O País»
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