Maputo, Sexta-Feira, 15 de Junho de 2012:: Notícias
Pessoalmente, digo o contrário, pois, se temos cinco cores
principais, por que motivo se inventou o corante? É para a gente
aplicar a tinta que nos convém, para um certo momento.
A Frelimo, para mim e penso que para tantos parcos observadores
moçambicanos comuns deste país, vem vestindo várias cores desde a sua
criação, há 50 anos, até aos dias que correm. E as metamorfoses não são
aquelas a que a ciência tanto se refere para a evolução e/ou vivência
das mesmas, mas porque os ideais vão mudando, à medida que o tempo
também vai passando. Espero que ninguém me faça uma pergunta que não
espero. Mas, uma questão de defesa: afinal de contas, se os tempos
mudam, por que motivos as vontades não farão companhia?
A Frelimo que libertou o país, doa a quem doer, isso para aqueles
que não reconhecem isso, era uma organização cujos ideais e desenhos de
dirigir o país eram diametralmente diferentes dos de hoje. Eu cresci
sabendo que a Frelimo é que libertou o país do jugo colonial, produto
de fusão de três movimentos nacionalistas. Eduardo Chivambo Mondlane
foi quem viabilizou esta fusão. Alguns escritos da altura vieram, mais
tarde, dar a ideia de que o unificador tinha ideias progressistas, e
não, concretamente, de cariz comunista e/ou socialista. Aliás, o
comunismo é a fase mais alta do socialismo, onde todos repartem o mesmo
pão que Lenine amassou com os seus comparsas bolcheviques.
A luta foi ganha e, logo a seguir, o que se implantou foi o regime de desenvolvimento em que a propriedade privada era um termo proibido. O património móvel e o imóvel, o parque industrial e tantos outros bens públicos e outrora privados pertenciam ao Estado socialista. Ninguém podia usar uma empresa para explorar a mão-de-obra nacional. A ideia que se tinha era de que tudo quanto era máquina colonial devia desaparecer da mente dos moçambicanos. Os bens eram do povo, o poder político era exercido pelo povo, os tribunais até eram chamados de populares, para não dizer que o próprio país era designando República Popular de Moçambique.
Aliás, depois que Eduardo Mondlane foi assassinado, a lufa-lufa pela sua sucessão foi silenciosa, tendo-se indicado Samora Machel para lhe suceder. As clivagens internas não vieram ao de cima, na altura, e todo o povo moçambicano recebeu com apoteose os “camaradas” que trouxeram a independência para Moçambique. Diz-se que as clivagens tiveram o seu início na tal magna reunião ocorrida na Praia do Tofo, lá nas bandas da “terra de boa gente”, Inhambane. Curiosamente, até aos dias de hoje, fala-se muito pouco do que terá acontecido naquele dia. Tudo quanto se sabe, apenas se aprovou a primeira Constituição da República Popular de Moçambique. A Frelimo ditou os seus ideais e o “Viva Viva a Frelimo” vincou a sua classe, salientando a luta heróica da Frelimo como frente libertadora do país. Só que…
A luta foi ganha e, logo a seguir, o que se implantou foi o regime de desenvolvimento em que a propriedade privada era um termo proibido. O património móvel e o imóvel, o parque industrial e tantos outros bens públicos e outrora privados pertenciam ao Estado socialista. Ninguém podia usar uma empresa para explorar a mão-de-obra nacional. A ideia que se tinha era de que tudo quanto era máquina colonial devia desaparecer da mente dos moçambicanos. Os bens eram do povo, o poder político era exercido pelo povo, os tribunais até eram chamados de populares, para não dizer que o próprio país era designando República Popular de Moçambique.
Aliás, depois que Eduardo Mondlane foi assassinado, a lufa-lufa pela sua sucessão foi silenciosa, tendo-se indicado Samora Machel para lhe suceder. As clivagens internas não vieram ao de cima, na altura, e todo o povo moçambicano recebeu com apoteose os “camaradas” que trouxeram a independência para Moçambique. Diz-se que as clivagens tiveram o seu início na tal magna reunião ocorrida na Praia do Tofo, lá nas bandas da “terra de boa gente”, Inhambane. Curiosamente, até aos dias de hoje, fala-se muito pouco do que terá acontecido naquele dia. Tudo quanto se sabe, apenas se aprovou a primeira Constituição da República Popular de Moçambique. A Frelimo ditou os seus ideais e o “Viva Viva a Frelimo” vincou a sua classe, salientando a luta heróica da Frelimo como frente libertadora do país. Só que…
- Arlindo Oliveira
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