– Abdul Magid Osman, economista e antigo ministro das Finanças
Maputo (Canalmoz) – O antigo ministro das Finanças, Abdul Magid Osman, diz que se a agenda do Governo é efectivamente apostar na “Revolução Verde” para reduzir a fome no país, este programa deve envolver o maior número possível de pessoas no país e conseguir-se fazer com que os envolvidos mudem de mentalidade, tal como aconteceu com a reforma do Programa de Reabilitação Económica, nos finais da década de 80. “Tivemos o Programa de Reabilitação Económica como «agenda-mestre» no país. Se queremos fazer uma “Revolução Verde”, ela não pode ser feita por 25 pessoas, mas, sim, pela transformação da mentalidade das pessoas envolvidas e não só’’, disse Osman à margem do encontro da Associação Moçambicana de Auditores Internos que ontem arrancou na capital do país, sublinhando que não é possível fazer-se uma “Revolução Verde” sem antes se fazer um estudo que em cada momento identifique os problemas e os resultados.
Falando durante o encontro subordinado ao tema “Criar uma Confiança e Acrescentar Valores nas Organizações”, Magid Osman disse que existe a tese de que as grandes explorações agrárias em Moçambique são ineficientes para competir a nível internacional, o que, segundo ele, pode ser ultrapassado, desde que haja investimentos no sector agrário. “Em Moçambique, será possível fazermos a “Revolução Verde” com as actuais tecnologias¬. Nos distritos, já pensámos no papel do administrador. Se em Cabo Delgado se produziam milhões de toneladas de castanha de caju, agora o que se passa? No meu distrito, o camponês fazia uma tonelada comercial de milho por época, agora o que está acontecer? Alguém já se perguntou isso?”, questionou Osman, chamando os fazedores das políticas agrárias à reflexão sobre o actual modus operandi do sector. “Estas questões devem ser bem discutidas e reflectidas. Não basta só o conhecimento teórico, é importante que se tenha a oportunidade de contacto directo com pessoas que vivem o dia a dia do sector’’, disse ainda Magid Osman que foi o PCA fundador do BCI.
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