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VOA News: África

quinta-feira, 1 de março de 2012

PRM continua muda mas promete anunciar publicamente os nomes dos “mandantes” dos raptos

Para além dos irmãos Satar, fala-se também do envolvimento do famoso “Danger Man” nos sequestros

Maputo (Canalmoz) – Depois da chuva de críticas sobre a sua inoperância e ineficiência, e nalguns casos até acusações ao envolvimento de seus membros com os criminosos, a Polícia apareceu finalmente a falar sobre os raptos mas para apenas repetir o refrão do costume, sem chegar a vias de facto. Veio mais uma vez prometer que em breve irá anunciar publicamente os nomes das pessoas envolvidas na onda de raptos que têm vindo a criar alvoroço e pânico no seio dos residentes da cidade de Maputo, com especial destaque aos empresários, sobretudo os de origem indiana ou paquistanesa, mas não adiantou nada de relevante. Apesar das promessas a Polícia continua a não dizer nada, nem sequer quando desvendará tudo o que se relaciona com a onda de raptos contra resgates de avultadas somas que já ascendem no total os vinte casos e muitas dezenas de milhões de dólares americanos ou equivalente em meticais.

A Policia continua a entreter o pú-blico com o seu silêncio, agravando as suspeitas na opinião pública de que altos quadros da polícia e das for-ças armadas, no activo ou na reserva, possam estar conluiados nos raptos. A Policia nada tem até agora para dizer para além de que o trabalho de “investigação” prossegue. Apenas diz que estão “num bom caminho”. Sabe-se no entanto que um grupo de investigadores estrangeiros teve de vir a Moçambique ajudar a desvendar as questões centrais relacionadas com os raptos e isso sobretudo permitiu que a senhora da família dos donos da Africom, Delta Trading e Sasseka, fosse encontrada e salva.
Sabe-se que as pistas essenciais foram encontradas, mas desconhece-se agora porque razão a PRM mantém tanto sigilo.Os agentes estrangeiros usaram sofisticados meios electrónicos que permitiram desvendar o modus operandi dos criminosos. Especula--se, devido ao silêncio da polícia, que se esteja a procurar fazer com que o público esqueça os raptos sem que sejam dados os pertinentes esclarecimentos ao público. O porta-voz do Comando-Geral da Polícia de Moçambique (PRM), Pedro Cossa, ontem fez a promessa da publicação dos nomes dos “mandantes” quando falava, durante o habitual briefing semanal com a Imprensa, sobre a situação criminal no país.Cossa não forneceu detalhes sobre o curso dos trabalhos que estão a ser feitos pela PRM visando o combate do fenómeno que continua a tirar sono à sociedade mo-çambicana, embora se comente que abrandou o ritmo desenfreado em que os casos se vinham a repetir. 
Pedro Cossa disse que a PRM continua empenhada no esclarecimento de todos os casos de raptos já registados até ao momento e que, em tempo oportuno, será apresentado, publicamente, o relatório completo das “investiga-ções em curso”. Não esclareceu o que quer dizer “tempo oportuno”.“Por agora não podemos fornecer mais detalhes sobre o trabalho em curso sob pena de perturbar as investigações, mas o que posso garantir neste momento é que a Polícia vai desmantelar esta rede de raptores, cedo ou tarde”, afirmou Pedro Cossa, para depois acrescentar: “não obstante alguns órgãos de comunicação social porem em causa o trabalho que está a ser desenvolvido pela PRM no tocante ao combate aos raptos e à criminalidade em geral, nós garantimos que vamos deter e anunciar publicamente os nomes de todas pessoas envolvidas”. “Logo que se concluírem as investigações em curso”, sublinhou o porta-voz do Comando-Geral da PRM, Pedro Cossa.
Instado pela nossa Reportagem a pronunciar-se se a Polícia continua ou não a registar mais casos de rapto do género dos que vinham acontecendo com empresários, Pedro Cossa declinou o nosso pedido. Limitou-se apenas a afirmar que a Polícia está a trabalhar no sentido de estancar o fenómeno o mais rápido possível.Refira-se que na semana passado, o Governo, reunido em mais uma Sessão do Conselho de Ministros, elogiou o trabalho que está a ser desenvolvido pela PRM, visando o esclarecimento da “onda” de raptos no país, mas também não disse nada. Permitiu com isso que continuem a crescer as especulações, algumas apontando a cumplicidade de altas figuras das forças de defesa e segurança com os raptores.Cossa adiantou que já há várias pessoas que estão a ser investigados em conexão com a onda de raptos no país. Os irmãos Ayob e Nini Satar e Paulo Danger Man continuam a ser relacionados com os raptos. Uma irmã de duas gémeas irmãs de Nini Satar e de Ayob, Rachida Satar, também é apontada como estando relacionada com o dossier dos raptos.
Chegou a estar presa, por alegadas razões que aparentemente nada terão a ver com os raptos – apenas com cheques sem cobertura – mas ontem uma fonte próxima da família telefonou-nos a informar que ela se ausentou do País. A sua outra irmã gémea Hassina Satar nada tem a ver com o assunto mas também está a ser alvo de especulações, dizem--nos fontes próximas da família.Para além das pessoas que estarão, segundo a Policia, a ser investigadas, a Polícia já anunciou publicamente ter detido alguns indivíduos em conexão com os casos de raptos.O Canalmoz sabe que um grupo de indivíduos foi detido numa carpintaria, na zona da Matola, no local de onde foi libertada do cativeiro a senhora da comunidade ismaelita, familiar dos donos da Africom, Delta Trading e Sasseka. 
(Redacção / Raimundo Moiane)

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