Se quiséssemos uma imagem que nos permitisse sintetizar de forma
imediata, ainda que simplista, a extraordinária capacidade que a Força
de Intervenção Rápida (FIR) tem de semear o medo no seio do povo, ela
própria se encarregou de no-la oferecer há dias, aquando do recolher
obrigatório instalado em Chimoio, sem aviso prévio e com direito a
pancadaria para quem fosse encontrado na rua depois das 20 horas. Que o
digam os residentes do bairro 7 de Abril.
Assistimos, uma vez a outra, a situações verdadeiramente clamorosas, vergonhosas e estupidificantes protagonizadas pela FIR num país em que as pessoas, diz-se, são livres. Não se sabe, contudo, quem são os mandantes de ordens tão acéfalas, tão degradantes, tão medievais e tão repugnantes.
Ainda assim, não é preciso ser muito criativo para apontar o dedo ao Governo quando permite, impávido e sereno, que sejam atropelados os direitos constitucionais e elementares dos cidadãos deste país. Não é, certamente, ao homem que detém o bastão que devemos pedir responsabilidades, mas aos que permitem, no altar do silêncio cúmplice, que ele use da força bruta para castigar selvaticamente cidadãos de um país livre.
Sobretudo quando não é novidade para ninguém que o comportamento terrorista daquela divisão da Polícia da República de Moçambique - que age insensivelmente contra os moçambicanos – nos leva, sem nenhum esforço, à triste mas irrefutável conclusão de que ela padece de uma doença, ainda por identificar, mas que se manifesta (especulando) da seguinte maneira: deficiência na percepção da realidade, infecundidade mental, incapacidade de se comover com o sofrimento alheio e uma extrema e casmurra dificuldade de aceitar qualquer opinião contrária.
A “nossa” FIR já demonstrou, vezes sem conta, ser uma unidade policial composta por indivíduos desprovidos de entranhas de humanidade – dito sem metáfora, sem neurónios – cuja especialidade é, armados até aos dentes, torturar sem dó e nem piedade moçambicanos indefesos que, com o suor do seu trabalho, contribuem para o pagamento de salários destes sacripantas.
O que aconteceu com os moradores do bairro 7 de Abril, em Chimoio, não é nada mais senão o retrato da covardia em todo seu esplendor. Não se justifica que, depois de três décadas e meia de independência, o povo seja imposto à ditadura do “recolher obrigatório”, até porque se trata de violação de um dos princípios básicos no regime democrático: a liberdade.
É imperioso que se entenda que num Estado de Direito Democrático os cidadãos não podem ser forçados a esse tipo de situações, ou submetidos à coerção, abusos e torturas. Aliás, os seus direitos e liberdades devem ser protegidos acima de qualquer desejo obscuro de uns e outros.
Porém, o que repugna, envergonha e entristece é esse silêncio “cúmplice” de quem de direito. Até porque mudar o modo de agir destes assassinos sanguinários fardados não deve ser difícil. Portanto, não é, de todo, descabido pensarmos que há quem crê, ainda que equivocadamente, que o recolher obrigatório, a porrada, a intimidação e a exibição selvática de músculos são formas de governar.
PS: Espanta, contudo, a casmurrice de quem reprime: se pensassem que as mesmas AKM’s e bastões que usam para intimidar e espancar cidadãos que lhes pagam regularmente os salários (porque inegavelmente não é o punhado de pessoas de fato e gravata que cegamente defende quem o faz) poderiam também servir para que lutassem pela melhoria das suas próprias vidas...
Ou eles acham que nasceram somente para pontapear, esmurrar e chambocar civis indefesos? Deviam perguntar a si próprios sobre a razão de não saberem fazer mais nada na vida para além de bater e aterrorizar...
Deviam começar a questionar a si próprios se o salário deles tem aumento ou bónus a cada indivíduo inocente que estatelam. Deviam questionar se as suas próprias condições de vida são directamente proporcionais à violência estúpida que exercem sobre cidadãos destreinados, indefesos e em desvantagem física e material.
Assistimos, uma vez a outra, a situações verdadeiramente clamorosas, vergonhosas e estupidificantes protagonizadas pela FIR num país em que as pessoas, diz-se, são livres. Não se sabe, contudo, quem são os mandantes de ordens tão acéfalas, tão degradantes, tão medievais e tão repugnantes.
Ainda assim, não é preciso ser muito criativo para apontar o dedo ao Governo quando permite, impávido e sereno, que sejam atropelados os direitos constitucionais e elementares dos cidadãos deste país. Não é, certamente, ao homem que detém o bastão que devemos pedir responsabilidades, mas aos que permitem, no altar do silêncio cúmplice, que ele use da força bruta para castigar selvaticamente cidadãos de um país livre.
Sobretudo quando não é novidade para ninguém que o comportamento terrorista daquela divisão da Polícia da República de Moçambique - que age insensivelmente contra os moçambicanos – nos leva, sem nenhum esforço, à triste mas irrefutável conclusão de que ela padece de uma doença, ainda por identificar, mas que se manifesta (especulando) da seguinte maneira: deficiência na percepção da realidade, infecundidade mental, incapacidade de se comover com o sofrimento alheio e uma extrema e casmurra dificuldade de aceitar qualquer opinião contrária.
A “nossa” FIR já demonstrou, vezes sem conta, ser uma unidade policial composta por indivíduos desprovidos de entranhas de humanidade – dito sem metáfora, sem neurónios – cuja especialidade é, armados até aos dentes, torturar sem dó e nem piedade moçambicanos indefesos que, com o suor do seu trabalho, contribuem para o pagamento de salários destes sacripantas.
O que aconteceu com os moradores do bairro 7 de Abril, em Chimoio, não é nada mais senão o retrato da covardia em todo seu esplendor. Não se justifica que, depois de três décadas e meia de independência, o povo seja imposto à ditadura do “recolher obrigatório”, até porque se trata de violação de um dos princípios básicos no regime democrático: a liberdade.
É imperioso que se entenda que num Estado de Direito Democrático os cidadãos não podem ser forçados a esse tipo de situações, ou submetidos à coerção, abusos e torturas. Aliás, os seus direitos e liberdades devem ser protegidos acima de qualquer desejo obscuro de uns e outros.
Porém, o que repugna, envergonha e entristece é esse silêncio “cúmplice” de quem de direito. Até porque mudar o modo de agir destes assassinos sanguinários fardados não deve ser difícil. Portanto, não é, de todo, descabido pensarmos que há quem crê, ainda que equivocadamente, que o recolher obrigatório, a porrada, a intimidação e a exibição selvática de músculos são formas de governar.
PS: Espanta, contudo, a casmurrice de quem reprime: se pensassem que as mesmas AKM’s e bastões que usam para intimidar e espancar cidadãos que lhes pagam regularmente os salários (porque inegavelmente não é o punhado de pessoas de fato e gravata que cegamente defende quem o faz) poderiam também servir para que lutassem pela melhoria das suas próprias vidas...
Ou eles acham que nasceram somente para pontapear, esmurrar e chambocar civis indefesos? Deviam perguntar a si próprios sobre a razão de não saberem fazer mais nada na vida para além de bater e aterrorizar...
Deviam começar a questionar a si próprios se o salário deles tem aumento ou bónus a cada indivíduo inocente que estatelam. Deviam questionar se as suas próprias condições de vida são directamente proporcionais à violência estúpida que exercem sobre cidadãos destreinados, indefesos e em desvantagem física e material.
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