DEPOIS da Tunísia e Egipto, a onda de manifestações está a espalhar-se pelos países árabes do Continente Africano, tendo no fim-de-semana atingido a Argélia e o Sudão, com milhares de jovens a exigirem a mudança dos respectivos governos.
Maputo, Segunda-Feira, 31 de Janeiro de 2011:: Notícias
Milhares de pessoas protestaram no sábado em Bejaia (250 quilómetros a leste de Argel) e em Kabilia por “uma mudança de regime” na Argélia, obedecendo à convocação de um partido da oposição, indicaram os organizadores.
Os manifestantes responderam ao chamamento da Reunião pela Cultura e a Democracia (RCD) e marcharam calmamente pelas ruas de Bejaia.
“A manifestação reuniu mais de 10 000 pessoas”, afirmou à AFP o presidente da RCD, Said Sadi. Os manifestantes gritaram slogans inspirados nos recentes acontecimentos da Tunísia. Muitos gritaram “por uma mudança radical de regime”, segundo um senador da RCD, Mohamed Ikahervan.
Um protesto para exigir “o fim do sistema” está previsto para 12 de Fevereiro em Argel, convocado pela recém-criada Coordenação Nacional pela Mudança e Democracia, que reúne movimentos de oposição e organizações da sociedade civil.
Por seu turno, em Cartum, a capital do Sudão, centenas de jovens sudaneses manifestaram-se ontem contra o Governo e entraram em confronto com a Polícia, tendo pelo menos cinco deles sido presos, segundo a AFP.
Os confrontos começaram quando os manifestantes atiraram pedras contra agentes da Polícia, que reagiram com cassetetes.
Também na Universidade Islâmica de Omdurman, cidade dos arredores de Cartum, milhares de manifestantes marcharam pelas ruas, gritando slogans contra o presidente Omar el-Bashir, diante de um grande contingente de polícias.
No Egipto, onde as manifestações começaram há cerca de uma semana, o Presidente Hosni Mubarak nomeou sábado um vice-presidente, pela primeira vez desde que chegou ao poder há quase 30 anos, e um novo primeiro-ministro.
Mubarak indicou que não renunciaria, numa altura em que crescem os protestos dentro e fora do país.Várias centenas de pessoas manifestaram-se fim-de-semana em Nova Iorque e na França, exigindo a demissão do Presidente Hosni Mubarak.
A França, Alemanha e Reino Unido apelaram ontem, numa declaração comum, ao Presidente egípcio, Hosni Mubarak, para “evitar a todo o custo” o uso da violência contra civis e iniciar “um processo de mudança”.
Sem comentários:
Enviar um comentário