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VOA News: África

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Moçambique volta a estar associado ao narcotráfico e contrabando

O ano de 2011 ainda está na sua alvorada e relatos da imprensa internacional voltam a colocar Moçambique no mapa do narcotráfico e do contrabando. Apesar de pouco eco na imprensa nacional, a Agência de Informação de Moçambique reportou, na primeira semana de 2011, para o serviço da agência online All Africa dois novos episódios internacionais de narcotráfico e contrabando com suspeitas ligações ao país.
Maputo (Canalmoz) - Três Moçambicanos entre seis pessoas foram presos na África do Sul, em finais do ano passado, após a apreensão de 312 quilos de cocaína, avaliada em cerca de 316 milhões de randes (equivalente a 47,7 milhões de dólares americanos) – reportou há exactamente uma semana a AIM.
De acordo com a imprensa sul-africana, citada pela Agência de Informação de Moçambique (AIM), a cocaína está escondida entre sacos de arroz em um contentor que está a ser descarregado no porto de Durban. Mas Durban não era o seu destino final – o contentor estava a caminho de Moçambique.
As drogas foram interceptadas – mas foram de seguida colocadas de novo no contentor, o qual foi permitido continuar na estrada para a província sul-africana de Gauteng, sob vigilância policial. Quando os sacos estavam a ser descarregados do contentor em Isando, Gauteng, a polícia atirou ao ar e apreendeu os seis suspeitos.

Quando a polícia revistou o luxuoso carro pertença de um dos suspeitos encontrou mais 100.000 comprimidos da droga mandrax.
Os seis suspeitos são os Moçambicanos José Rodrigues, Ben Nuvunga e Cassimo Haramate, o Britânico Nitin Patel, o Sul-Africano Jabar Sheik, e um homem de dupla nacionalidade (Sul-Africano e Cingalês), Peter Fernando.
Os seis suspeitos compareceram diante do Tribunal de Magistrados de Durban, e cinco deles saíram sob fiança entre 50.000 e 100.000 randes. Patel não conseguiu levantar o dinheiro, tendo permanecido detido.
De acordo com um comunicado do Tenente-Coronel Johan Meeding, da Unidade de (Combate ao) Crime Organizado na polícia Sul-Africana, todos os seis tinham telemóveis com números gravados alegadamente ligando-os a um sindicato internacional de drogas.
A captura e as prisões seguem-se a uma investigação de oito meses, após o seu lançamento em Abril, na qual a polícia Sul-Africana colaborou com autoridades no Canada, Holanda e Emirados Árabes Unidos. Sobre as autoridades moçambicanas, país tido como “entreposto” do tráfico, as informações nada dizem.
A informação que a polícia recebeu, segundo Meeding, "foi que o sindicato estava bem organizado e financiado com ligações nos Países Baixos, Canadá e Moçambique, e barões nos Amirados Árabes Unidos em Dubai."
Vários cidadãos estrangeiros vivendo na África do Sul foram envolvidos em “transbordo de narcóticos de Moçambique para a África do Sul e vice versa, possivelmente para outros países igualmente”, acrescentou.
As notícias da imprensa Sul-Africana acrescentam que, em buscas às casas dos suspeitos, foram descobertos documentos relacionando o transporte marítimo e despacho aduaneiro dos contentores e outros relacionados com a captura de haxixe e um contentor no Canadá. Outros três suspeitos foram detidos na Holanda.
Por outro lado, as autoridades Alfandegárias de Tailândia no aeroporto de Bangkok apreenderam 73 presas de elefantes, supostamente contrabandeados de Moçambique, os quais estavam a caminho de Laos.
O marfim, de acordo com o Director Geral das Alfândegas Tailandesas, Prasong Poontaneh, foi descoberto na passada quarta-feira, 5 de Janeiro, num armazém pertencendo a companhia aérea Thai Airways International, no Aeroporto Suvarnabhumi de Bangkok. A carga estava em duas caixas com etiqueta de "propriedade pessoal", que deveria ser levada a capital de Laos, Vientiame.
Em África, refere a matéria da AIM, o comércio de marfim é proibido, ao abrigo da Convenção Internacional sobre Comércio de Espécies em Vias de Extinção da Fauna e Flora (CITES, em inglês), independentemente do país de origem e modo de transporte, segundo Prasong.
Aquele oficial sénior Tailandês acrescentou que, a despeito de que o marfim estava a caminho de Laos, suspeita-se que o verdadeiro comprador é um cliente que reclamou sobre o desaparecimento da mercadoria em Bangkok.
A AIM reporta ainda que autoridades Governamentais em Maputo nada sabiam sobre a apreensão. Assuntos relacionados com a CITES estavam até recentemente nas mãos do Ministério da Agricultura, mas nos finais de 2010 foram transferidas para o Ministério do Ambiente (MICOA).
Emilia Polana, uma ponto focal no MICOA, disse à AIM que ela não sabia nada sobre o contrabando de 73 presas de Moçambique, e remeteu o assunto às Alfândegas de Moçambique.
O Director do Gabinete de Comunicação e Imagem das Alfândegas, Daúde Daia, é citado pela AIM como não tendo igualmente conhecimento da situação, mas prometeu investigações para determinar a veracidade da alegação de marfim Moçambicano ter sido ilegalmente enviado para Bangkok.
Bangkok é um centro de marfim contrabandeado. O comércio ilícito é facilitado pela lei Tailandesa que não incluiu elefantes domesticados Asiáticos na lista de espécies em vias de extinção e permite o negócio de marfim.
A CITES é um acordo internacional entre governos visando garantir que o comércio de animais bravios e plantas não ameace a sobrevivência destes.

(Centro de Integridade Pública - CIP) 
2011-01-14 05:43:00

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