"Wikileaks": Elevado risco de contágio ! Governo americano preocupado com os ‘telegramas’ ainda não publicados
O “New York Times” revelou que a administração Obama está especialmente preocupada com os telegramas que ainda não foram publicados. Refere o jornal que de facto, a “Wikileaks” apoderou-se de um total de mais de 251 mil daquelas comunicações diplomáticas americanas tendo apenas publicado até agora cerca de 1%. O Departamento de Estado está a advertir várias centenas de pessoas cujos nomes foram citados em correspondências diplomáticas reveladas recentemente pela página cibernética “Wikileaks”, refere Eduardo Ferro num despacho da Voz da América. |
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Pretoria (Canalmoz) - O Departamento de Estado está a advertir várias centenas de activistas dos direitos humanos, entidades oficiais e homens de negócios estrangeiros, cujos nomes foram citados em correspondências diplomáticas americanas reveladas recentemente pela página cibernética “Wikileaks”, de potenciais ameaças à sua segurança e está mesmo realojar algumas dessas pessoas em locais mais seguros.
A operação que envolve uma equipa de 30 pessoas aqui em Washington e muitas dezenas de outras em embaixadas americanas espalhadas pelo Mundo reflecte, segundo o jornal “New York Times”, o receio por parte da administração Obama de que a publicação daqueles documentos esteja a por em risco cidadãos estrangeiros que deram aos Estados Unidos informações e análises preciosas sobre os seus países.
Segundo o diário nova-iorquino, entidades oficiais disseram que não houve ainda casos de ataques contra pessoas citadas nos mais de 2 mil e 700 telegramas cujo teor foi posto a circular na Internet pela Wikileaks mas salientam que dissidentes em muitos países estão submetidos a constantes pressões por parte dos governos e que é difícil apurar exactamente as relações causa-efeito.
O Departamento de Estado recusou-se no entanto a entrar em pormenores acerca da identidade das pessoas contactadas dizendo apenas que algumas delas foram realojadas dentro dos seus próprios países e que nalguns casos foram mesmo transferidas para o estrangeiro.
O “New York Times” acrescenta que a administração Obama está especialmente preocupada com os telegramas que ainda não foram publicados. De facto, a “Wikileaks” apoderou-se de um total de mais de 251 mil daquelas comunicações diplomáticas americanas tendo apenas publicado até agora cerca de 1%. O Departamento de Estado disse que passou a “pente fino” toda a correspondência diplomática em questão tendo enviado muitos dos documentos para várias embaixadas de modo a que o risco para as entidades lá citadas pudesse ser avaliado.
Segundo o secretário de estado assistente Michael Posner, que está a supervisionar este esforço, “os Estados Unidos têm a responsabilidade de proteger aquelas pessoas e estão a encarar a situação com extrema seriedade”.
O Departamento de Estado teme que muitos estrangeiros que falaram abertamente com diplomatas americanos possam correr riscos se forem identificados. O “New York Times” dá como exemplos um empresário denunciando a corrupção governamental ou um alto funcionário estrangeiro criticando o seu presidente.
O governo americano está igualmente preocupado com a possibilidade de serviços de espionagem estrangeiros estarem a tentar obter a totalidade dos documentos publicados pela “Wikileaks”. (Eduardo Ferro / VOA, com a devida vénia) |
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2011-01-11 08:02:00 |
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