O processo nasceu viciado, por isso, a vitória do MPLA era de esperar – Jorge Luís
A fraude inteligentemente preparada pela Troika, MPLA, CNE e SINFO, teve agora a sua visibilidade clara, no fecho das eleições de 31de Agosto. Pelo dedo reconhecesse o gigante.
Era previsível como os partidos políticos angolanos foram apanhados surpreendentemente a menos de três meses da data anunciada para as eleições.
Como era um marco esperado pelo povo angolano e almejado pelos partidos políticos, estes não tiveram tempo de analisar a data, e, atiraram-se na aventura ao reboque do MPLA, sem antes terem em conta que o MPLA já vinha se preparando há mais de 6 meses.
Foi curioso, termos observado o cinismo da CNE, como premeditadamente arrastava o processo para melhor organizar a desordem. Isto é, a CNE criou uma desordem organizada premeditadamente.
Houve chamada de atenção da sociedade civil e dos próprios partidos políticos, mas como o processo estava sob orientação do SINFO (Casa Militar), limitaram a cumprir as ordens dos seus mentores.
Foi triste termos apercebido que muitos cidadãos não tiveram o direito ao voto pela “MÁFIA” montada pela CNE, em que tinham que deslocar distâncias e os outros, nem os nomes constavam nas listas. Estes casos foram mais verificados nas zonas e províncias sob domínio da oposição.
Angola é um país ainda pioneiro nestas actividades cívicas e pouco ou nada o seu povo percebe deste direito, dado o índice de corrupção e de intimidação exercido pelo MPLA.
Durante a campanha, o MPLA desvirtuou atenção de uma boa parte da população rural (analfabeta) com inaugurações que inteligentemente foram deixadas para estas alturas.
Como o MPLA se apercebeu da sua impopularidade no seio do povo, fez a sua sopa rápida sem legumes mas com corantes. A atrapalhação era tanta que se lia nos políticos do MPLA com desespero e atrapalhação. “Ai, se o processo falhar….!”
Vejamos alguns casos a citar:
A UNITA depois de ter reclamado à CNE as irregularidades e os vícios do processo, prometeu que caso não fossem corrigidos de imediato, realizaria uma manifestação popular, o que aconteceu no dia 25 de Agosto.
Como a CNE é uma instituição PARCIAL ao MPLA, e dado o impacto social que daria e que deu, o Governador de Luanda Bento Bento, precipita-se em convocar uma “marcha de paz ou de apoio ao MPLA”, no dia seguinte da manifestação convocada pela UNITA.
Como se diz na gíria, “bandeira”. Mas o que é que um caso tinha a ver com o outro? Pelo que sabemos, o MPLA é o partido no poder e a CNE é a instituição imparcial que (des)organizou as eleições.
Felizmente a dita marcha já não teve lugar, pois suponha-se que deve ter recebido um puxam de orelhas do seu chefe hierárquico.
À estas irregularidades citadas pela oposição, ao MPLA era indiferente, porque? Há um proverbio que diz: “Quem se cala consente”. O MPLA manteve-se calado porque sabia das manobras.
Uma outra “Bandeira”, foi a do Ambrósio de Lemos; Afinal ainda temos desinformados de alta patente na polícia angolana. O senhor comandante Ambrósio de Lemos é um daqueles comandantes que se confunde ser do MPLA-partido, Governo e Estado. Vergonha…!
O comandante da Polícia Nacional de Angola Ambrosio de Lemos considerou em conferência de imprensa “pronunciamento leviano” do líder UNITA que pedia o adiamento das eleições gerais, caso não fossem corrigidos as irregularidades reclamadas.
O senhor comandante disse: “Somos uma instituição do Governo e a polícia vai defender este Governo até às últimas consequências e muito especialmente o seu líder,(JES) porque é um Presidente que está aqui, e não podemos permitir que qualquer pessoa de forma leviana desafie e insulte a mais alta entidade deste país”, declarou Ambrosio de Lemos.
Onde está a imparcialidade das forças de segurança de Angola?
Esta maneira repressiva é própria de regimes totalitaristas absoluto igualzinho ao da Rússia, escola de KGB.
Para informação de quem não sabe, nos países democráticos, a Policia Nacional, as Forças Armadas são apartidárias e pertencem ao Estado.
Porém, é preciso sublinhar a vitória inequívoca da coligação CASA-CE que mostrou ao mundo e ao próprio MPLA o quanto é capaz no futuro. Contudo, não ficou para trás a UNITA que duplicou o seu resultado em relação as eleições de 2008.
Todavia, vamos acreditar na vitória do MPLA, pela PAZ e como fazedores de Democracia.
Em Angola ainda não estamos preparados para exercer o direito de eleitores. Há muito ainda por fazer.
Por Jorge Luís
Sociólogo
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