Por Edwin Hounnou
A marcação da data da repetição das eleições autárquicas, em Gúruè, na
província da Zambézia, fazendo-a coincidir com a tomada de posse dos
órgãos eleitos, previstas para 7 e 8 de Fevereiro próximo, isso
demonstra, de forma inequívoca, a intenção do partido Frelimo e dos seus
apaniguados acocorados na Comissão Nacional de Eleições, CNE, e no
Secretariado Técnico de Administração Eleitoral, STAE, de dispersar os
dirigentes do Movimento Democrático de Moçambique, MDM.
Assim, os elementos chave
do MDM ver-se-ão impossibilitados de se fazerem presentes em Gúruè
porque estarão ocupados com a tomada de posse nos respectivos municípios
e, nesse momento, a Frelimo terá um campo aberto para manipularem as
eleições. Sem um controle efectivo, que só será possível montá-lo com a
presença dos seus “generais e cabos de guerra”, a Frelimo acha quem terá
um campo aberto para demonstrar a sua capacidade de distribuir boletins
de voto pelos seus comparsas, fazer enchimentos (isso é feito por
membros de mesa de voto) e, finalmente, apelar para a FIR dar uma
“ajudinha” decisiva.
Fonte: O País da Verdade - 31.01.2014