Maputo (Canalmoz) – Os JOVENS DE QUELIMANE recolocaram a sua cidade no mapa. Como tantas outras cidades, vilas e localidades do País, do Rovuma ao Maputo e do Zumbo ao Índico ignoradas – excepto quando há algo a “sacar” nas províncias – a capital da província da Zambézia disse não à mudança na continuidade e impôs-se para instituir mudanças de facto na sua autarquia. Os seus jovens fizeram as honras de uma municipalidade ofendida e elegeram outro jovem – Manuel Araújo, do MDM, para passar a ser o seu Edil.
Os JOVENS DE QUELIMANE colocaram a sua cidade na boca de toda a gente em todo o Moçambique. Fizeram com que os eleitores de todo o País passassem a acreditar de novo em eleições. Libertaram a capital da Zambézia.
Os JOVENS DE QUELIMANE convenceram-se que era possível derrotar um candidato ao serviço de um punhado de senhores que, de Maputo, instalados em gabinetes luxuosos e repletos de mordomias supérfluas, fez do resto do País a sua cotada de servos obedientes e incondicionais.
Os JOVENS DE QUELIMANE acreditaram que era possível vencer e em vez de se deixarem estar eternamente a chorar por atenção diante de um punhado de “surdos” instalados no Poder e a ele grudados, decidiram eles próprios fazer algo para começarem a abrir novos horizontes ao seu próprio futuro.
Os JOVENS DE QUELIMANE mostraram o caminho a todos os Jovens de Moçambique. Entraram para a história da construção da Democracia em Moçambique. Provaram que os senhores que afinal se sabe agora que “lutaram” para eles próprios enriquecerem e não para o País se tornar independente, próspero e de todos os Moçambicanos, afinal podem ser vencidos por via do voto.
Os JOVENS DE QUELIMANE provaram que um partido de jovens pode vencer os “históricos” que se julgam donos do País e continuam a recorrer às armas e a forças especiais para assustar os eleitores mais idosos e os que se deixam amedrontar na hora em que é mais preciso exercerem a sua cidadania – irem votar.
Os JOVENS DE QUELIMANE organizaram-se, perderam noites sem dormir a prepararem-se para atingirem o seu objectivo, empenharam-se e venceram. Não só impuseram o seu candidato como presidente do Município de Quelimane – o também jovem Manuel de Araújo, do MDM – como conseguiram provar com Daviz Simango e a solidariedade física e moral de jovens de outras partes do País, que a máquina da Frelimo não é invencível, por mais meios e bens do Estado que usem em violação descarada e impune da legislação em vigor.
Embora certos órgãos da Justiça continuem prestativos, dobrados perante o Poder de certos “figurões”, e a aceitarem ignorar a Lei quando se trata de proteger quem os nomeia para todos se perpetuarem com a boca na “manjedoura” em que juntos transformaram o Estado, os JOVENS DE QUELIMANE abriram um precedente que poderá servir de exemplo a todos os jovens de Moçambique. Foram votar e impuseram-se. Provaram que é possível vencer o “gigante”. Provaram que os que parecem “gigantes” às vezes não passam de “tigres de papel”.
Seguramente que o maior contributo dos JOVENS DE QUELIMANE ao País foi terem conseguido provar que por via eleitoral é possível mudar de facto Moçambique e abrir caminho para que finalmente chegue a sua hora, como um dia, na década de sessenta do século passado, os jovens se organizaram e impuseram o reconhecimento da auto-determinação e Independência de Moçambique àqueles que queriam perpetuar-se no Poder.
Agora a onda pode crescer. Pode transformar-se numa imensa “maguluti” (onda grande, como dizem em Inhambane).
Os JOVENS DE QUELIMANE provaram inclusivamente que nenhuma Polícia, por mais armada que esteja, nenhuma Policia pode oferecer vitórias eleitorais aos seus “patrões” quando tem pela frente jovens decididos a fazer história usando a sua inteligência e astúcia. Provaram que se pode vencer uma Polícia que não está ao serviço do Povo.
Os JOVENS DE QUELIMANE não ficaram em casa quando foi preciso recensearem-se; foram votar quando chegou a hora de votar; defenderam o voto; armaram-se da lei e com ela exigiram os editais dos resultados em cada assembleia de voto; apetrecharam-se das provas de que o seu candidato venceu e espalharam-se por toda a cidade de Quelimane em grandes grupos a celebrar o “voto válidos: Manuel Araújo” por que antes gritavam em ondas de repetição para que nos bairros se ouvisse e a vitória não pudesse ser obstruída.
A Polícia armada até aos dentes não tendo efectivos suficientes para tantos focos de alegria, rendeu-se e recolheu envergonhada aos seus quartéis.
Os JOVENS DE QUELIMANE provaram que as províncias podem gerar as suas próprias figuras que não estejam alienadas a interesses que só se lembram de que as províncias existem quando é para lhes extorquirem as riquezas ou quando há eleições.
Os JOVENS DE QUELIMANE provaram que há mais Moçambique para além do que os senhores do Poder instalado em Maputo querem impor às províncias.
Pelos seus feitos memoráveis, o Canalmoz e o Canal de Moçambique elegeram como FIGURA NACIONAL DO ANO DE 2011 a Juventude de Quelimane, os JOVENS DE QUELIMANE, que assim se transformaram na glória da Zambézia e num exemplo de luta para todos os jovens de Moçambique que desejam mudanças reais e não apenas cosméticas.
(Canalmoz / Canal de Moçambique)
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