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VOA News: África

quarta-feira, 27 de maio de 2009

MDM: Perigos e possibilidades (4)

- “Onde estão os perigos”?

Muito perigos vêem ao de cima, com o “deflagrar” no terreiro desta nova força política, MDM, dirigida pelo melhor edil de Moçambique, quiçá da África Austral. Vamos por partes para percebermos as suas nuances:

Quer queiramos quer não, (tomara quem pudesse aconselhar que Daviz calasse e nada fizesse) vimos aquele “baile” eleitoral no município, onde se prometeram “caixões bonificados” e pela primeira vez se viu que a campanha porta-a-porta, sem meios, mas bem organizada o discurso directo funcionam mais do que qualquer coisa como o milhares de meticais, os carros alegóricos e compra directa das mentes (aliciamentos). O processo da Beira transformou Daviz num alvo preferencial a abater, pelo menos, politicamente pelos que acham que libertaram este país e não toleram “brincadeira tamanha”.

O outro perigo a espreita é a maneira madrugadora como a Frelimo se lança às próximas eleições, com a “notabilíssima” presidência aberta recorrente que só onera senão os cofres do Estado, sob o pretexto de auscultar as populações, mas que nada traz senão levantar os ânimos para a desejada mudança.

E mais, a Frelimo aquilatou o mérito do sistema judiciário para os próximos embates eleitorais, chegando a triste conclusão de que devia fazer mexidas das figuras de proa ou mesmo emblemáticas no Supremo, no Constitucional, no Administrativo e no Ministério público, para no seu lugar colocar os mais “seguidistas”, mais do sul e com astúcia necessária para “produzir” a vitória como o chefe quer. Essa sagacidade (que até faz o uso da tribo pelas novas nomeações) é bem notória com a pré-disposição e modus operandis do STAE e o CNE, estrategema crasso de oferecer a vitória a quem não merece.

Num outro diapasão das coisas, a desqualificação do outro já começa a irritar os moçambicanos. Porquê é que para nos sermos gente, ter o nosso nome, obter um emprego com salário condigno, a chefia, etc. precisamos de ter o “cartão vermelho” e militar no partido dos Camaradas? Isto já cansou os moçambicanos, mas continua a ser usado como o cavalo de batalha, não só, para esses motivos enumerados acima, como também, para distinguir e humilhar os que não alinham com a política do poder do dia. Portanto, um perigo à espera das pessoas, e delas se verem coagidas a votar para o que não querem.

Talvez, um outro cenário que nos resta equacionar é, se de facto, o MDM vai ter o gabarito e pujança que finque e vingue no meio dos dois colossos: a Frelimo e a Renamo! Se isso for assim não estaremos a antever uma situação igual ao do “COPE” na RSA? Indago este cenário desta maneia por causa das tarefas monumentais e de consolidação de que o MDM tem pela frente. Não vai ser fácil, temos que reconhecer, mas pode, o sonho, ser perfeitamente realizável com vontade e, acima de tudo, patriotismo. Porquê não!

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