"MOCAMBIQUE PARA TODOS,,

VOA News: África

sábado, 11 de agosto de 2007

Prospecção de petróleo : Dados disponíveis não justificam exploração


AS companhias internacionais envolvidas na prospecção de petróleo em Moçambique consideram que os dados sísmicos disponíveis até aqui não são suficientes para sustentar a decisão onerosa de abrir poços nas áreas concedidas. Segundo defendem, na Bacia do Rovuma, por exemplo, há indicadores que evidenciam a existência de petróleo, faltando juntar elementos sobre o local exacto dessa ocorrência e as quantidades disponíveis.

Ontem, o Governo juntou representantes de instituições do Estado e de várias companhias internacionais de petróleo com licenças de prospecção daquele hidrocarboneto, num encontro que resultou em que o pano de fundo era discutir formas de manter equilíbrio entre a prospecção do petróleo e as várias actividades económicas e sociais igualmente necessárias ao desenvolvimento do país. A ideia é produzir uma base comum de actuação à volta de uma actividade que, segundo se disse, está a interessar actores de vários quadrantes do mundo, depois de mais de 30 anos de "lobbies" visando atrair companhias para investir no sector do petróleo.

Algumas companhias presentes apresentaram ideias de avançar com actividades adicionais de prospecção no Bloco de Inhaminga, em Janeiro de 2008, antes da época chuvosa, interesse que está dependente da obtenção das necessárias licenças. Aliás, a questão da excessiva burocracia na importação de equipamentos, para a obtenção de licenças e na aprovação dos estudos de impacto ambiental dos projectos, foi levantada como um dos constrangimentos que condicionam o ritmo dos trabalhos de pesquisa no terreno. No entanto, das discussões havidas ficou assente que o diálogo permanente e sistemático entre os diversos sectores envolvidos pode ajudar a superar grande parte dos problemas apresentados no encontro.

A este propósito, a Ministra dos Recursos Minerais, Esperança Bias, que orientou o encontro realizado na cidade de Maputo, chamou a atenção para a necessidade de se promover a coexistência entre a pesquisa do petróleo e as várias actividades sociais e económicas, ressalvando que tal deve ser feito por forma a que as companhias sejam induzidas a perder de vista o seu principal objectivo, que é a pesquisa.

"É preciso assegurar que se mantenha equilíbrio entre a prospecção do petróleo, o turismo e a agricultura, mas as companhias devem ter mais atenção à componente de apoio social às comunidades onde elas estão a trabalhar", recomendou a ministra.

Ligado à aprovação dos estudos de impacto ambiental, um representante do ministério de tutela explicou que aqueles estudos são elaborados por consultores independentes que, na sua óptica, absorvem mais tempo na efectivação dos estudos que propriamente na sua análise e aprovação.

No caso concreto da Bacia do Rovuma, sabe-se que os dados sísmicos disponíveis permitem fazer analogias a outras regiões do mundo onde há ocorrência de petróleo, para inferir que, naquela zona do país, também se pode explorar aquele hidrocarboneto.

"Na verdade, há evidências de que o sistema petrolífero do Rovuma funciona. Por exemplo, na zona próxima do Pemba Beach Hotel nota-se que há asfalto, o que é um indicador muito forte. O ponto, agora, é saber onde é que ele ocorre e em que quantidades. Os estudos em curso visam reduzir para o mínimo o risco de investirmos na abertura de poços sem termos certeza da disponibilidade e das quantidades. Basta dizer que abrir um furo em águas profundas custa, por aí, 50 milhões de dólares e cerca de 20 milhões de dólares em águas menos profundas", disse um dos oradores, em representação das companhias presentes no encontro, onde foram ouvidas experiências da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos, Petronas, Norsk Hydro e Anadarko.

O antigo ministro de Recursos Minerais e Energia, John Kachamila, sugeriu que os resultados dos estudos elaborados pelas companhias que operam em Moçambique sejam entregues ao Governo numa perspectiva de se criar uma base de dados que possa ser usada como referência em futuras intervenções.

"É preciso criar uma base de dados que diga respeito às sondagens que se fazem, porque são operações muito caras que ninguém tem o prazer de as repetir. Por outro lado, é preciso que as companhias não dêem importância apenas ao petróleo, porque o que temos estado a notar é que elas abandonam as pesquisas quando só encontram gás e não petróleo", disse Kachamila..


Fonte: Notícias



Moody friends. Drama queens. Your life? Nope! - their life, your story.
Play Sims Stories at Yahoo! Games.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Angola24Horas

Últimas da blogosfera

World news: Mozambique | guardian.co.uk

Frase motivacionais

Ronda noticiosa

Cotonete Records

Cotonete Records
Maputo-based group

Livros e manuais

http://www.scribd.com/doc/39479843/Schaum-Descriptive-Geometry