Populares lincham criminosos
Enquanto isso as autoridades afirmam-se preocupadas com o fenómeno
A criminalidade que grassa no país atinge também a província de Sofala cuja população algo agastada já começa a fazer justiça pelas próprias mãos acto que o porta-voz do Comando Provincial da PRM, Mateus Mazibe, diz estar a preocupar a corporação. “Nos últimos 6 meses a criminalidade subiu relativamente ao período homólogo do ano passado”, refere Mazibe e acrescenta que isso não significa que a Polícia tenha perdido o controle da situação. Entretanto, Mazibe refere que “começa a constituir preocupação no seio da PRM o surgimento do fenómeno de linchamento de criminosos pelas populações”. “Nas últimas duas semanas tivemos dois casos. Um no bairro de Matadouro (Inhamizua) e outro em Dondo. Em ambos casos as população imolou as vítimas com fogo ateado a partir de gasolina e pneus” [conforme documenta a imagem 'a direita].
Segundo conta a fonte, nos casos, a Polícia não conseguiu deter os culpados porque os populares foram tão solidários que deram nenhuma pista as autoridades que se fizeram àqueles locais. No caso de linchamento ocorrido no bairro do Matadouro sabe-se apenas que se tratou de três indivíduos que foram surpreendidos a roubar numa residência. Com gritaria dos donos da casa a vizinha acudiu e os 3 puseram-se em fuga. Para infelicidade de um deles, acabou caindo nas malhas da multidão e mais tarde acabou sendo sacrificado com recurso a fogo. Mazibe refere que perante a solidariedade popular que fornece pistas às autoridades, o que resta “são acções de educação cívica junto aos cidadãos no sentido de lhes mostrar que não é correcto fazer-se justiça com as próprias mãos”.
Policiamento comunitário
Mazibe reconhece que a Polícia, em Sofala tal como noutros pontos do país, enfrenta o problema de “exiguidade de efectivos” o que até certo ponto “tem sido aproveitado pelos malfeitores”. “A alternativa para minimizar o cenário tem sido a introdução do policiamento comunitário”. Mas, entretanto, explica que “devido à falta de incentivos” o projecto tem sido “minado por alguns elementos oportunistas” que valendo-se da pertença a essa força “roubam” aos cidadãos “recorrendo a extorsão”.
Mazibe reconhece que a Polícia, em Sofala tal como noutros pontos do país, enfrenta o problema de “exiguidade de efectivos” o que até certo ponto “tem sido aproveitado pelos malfeitores”. “A alternativa para minimizar o cenário tem sido a introdução do policiamento comunitário”. Mas, entretanto, explica que “devido à falta de incentivos” o projecto tem sido “minado por alguns elementos oportunistas” que valendo-se da pertença a essa força “roubam” aos cidadãos “recorrendo a extorsão”.
Por lado, segundo Mazibe, existe ainda o problema da falta de um estatuto e regulamento comum dessa força, o que faz com que, em cada local use-se métodos de actuação diferentes de umas zonas para outras. “A solução”, revela Mazibe, “será a efectivação de uma conferência nacional na qual serão analisados aspectos acerca da harmonização da actuação dessa força o que passa pela elaboração do seu estatuto”. Tentativa semelhante ao que agora se tenta reeditar com a designação de Polícia Comunitária foi feita antes do Acordo Geral de Paz então com a designação de “Milícias Populares».
Fonte: Canal de Moçambique
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