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VOA News: África

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

No espaço de apenas quarenta dias

Beira volta a registar novo enigma

O Senhor que está a dirigir o Município da Beira (Daviz Simango) está bem acompanhado com os Espíritos e com Deus – Régulo Luís, a propósito do búfalo que invadiu a capital provincial de Sofala na quinta-feira passada

 

Acontecimento deu-se três dias depois da grande festa do Centenário da Urbe

 

Depois do enigma que marcou o dia 12 de Julho de 2007 na Cidade da Beira, correlacionado com o que no dia seguinte (13/07/2007 - sexta-feira 13) O Autarca (Edição 1363) titulou na primeira página "Homem Cobra, Insólito, Magia Africana, Boato ou Acontecimento Puro?"; Outro acontecimento extraordinário, desacostumado ou fora do vulgar, simplesmente incompreensível ou que não é explicável, teve lugar na passada quinta-feira.

Logo pelas primeiras horas do dia 23 de Agosto, em plena rua mais popular e movimentada da Cidade da Beira, que dá pelo nome "Correia de Brito", mais concretamente no espaço entre o Campo de Golfo e a Sé Catedral, um búfalo, ruminante da família dos bóvidas do género antílope que normalmente tem o seu habitat as densas matas onde também se desenrola a vida de outras espécies animais bravios, ousou desafiar a lei da natureza humana entrando hostilmente à cidade da Beira. Ousadia essa que lhe custou a vida.

Segundo relatos de populares que afirmaram ao nosso jornal ter testemunhado a cena incluindo o seu abate próximo das instalações onde funcionam os Serviços Provinciais de Pecuária, presume-se que o animal tenha se evadido das matas de Marromeu, onde existe uma das maiores reservas do mundo de búfalos, percorrendo o trajecto Savane, Régulo Luís até chegar à Cidade da Beira, a madrugada.

Considerando um acontecimento um tanto quanto desusado e ou incrível, O Autarca identificou as pessoas mais velhas, sabias e com experiência acumulada capaz de fazer uma interpretação ancestral do acontecimento, tendo daí ido entrevistar o Régulo Luís (Luís Manuel), na manhã de ontem, domingo, em sua casa, no Bairro Muavi, arredores da Cidade da Beira.

"É um sinal de que o Senhor que está a dirigir a Cidade da Beira (Daviz Simango) está bem acompanhado com os Espíritos e com Deus" – resumiu, tendo logo a seguir a uma pequena pausa, sem no mínimo precisar ser exigido explicação, afirmado que "o búfalo representa um animal que dá sinal de grande sorte". No entanto, dentro do máximo respeito à sua lógica, evitou entrar em pormenores sobre a "sorte" que se referia.

O Régulo Luís prosseguiu referindo que o sucedido explica que os espíritos dos antepassados exigem o uso de carne de búfalo nas cerimónias tradicionais que se realizam em prol da Cidade da Beira. "São espíritos que estão a reivindicar alguma coisa. Tem de haver uma cerimónia grande para eles explicarem o que querem. Fizeram muito mal por não terem chamado os régulos. Antes de matar ou mesmo depois deviam chamar os régulos da Cidade da Beira, por exemplo, eu próprio ou o Régulo Zin Òmbe.

(D. João/ Redacção) – O AUTARCA – 27.08.2007

 

Régulo reclama cabeça

- E exige que a dobrada e o fígado devem ser conservados para usar nas cerimónias tradicionais

- Entretanto, O Autarca apurou que toda carne do búfalo foi distribuída o que pressupõem ter sido já consumida

Num outro desenvolvimento, o Régulo Luís transmitiu que parte da carne devia ser devidamente conservada para ser usada nas cerimónias tradicionais que tem tido lugar na Cidade da Beira, uma vez que entende que o surgimento do búfalo dá essa indicação.

"Principalmente a dobrada e o fígado deviam ser conservados muito bem para sempre que haver cerimónias ser usados" – sublinhou.

O Régulo afirmou ainda que, no mínimo, a cabeça devia ser entregue aos Régulos, porque a tradição recomenda que não é qualquer pessoa que deve tirar o seu proveito, "pior quando o animal aparece dessa forma misteriosa".

Defendeu que há rituais que Cidade vem ser observados sempre que situações do género acontecem, tendo depois lamentado o facto de ter faltado esse procedimento que, segundo referiu, quase todos "grandes", incluindo o pessoal da Agricultura, pelo menos aqui na Beira dominam muito bem.

Mais estranho nisso tudo, entretanto, é o facto de até o próprio Régulo Luís ter tomado conhecimento da ocorrência connosco, ou seja, quando fomos entrevistá-lo. Não sabia absolutamente de nada, mostrou-se surpreendido pela informação, e até agradeceu-nos.

Das investigações feitas, incluindo de natureza biblíca, constatamos que no princípio de todas as coisas, o Criador deu a sabedoria e conhecimento aos animais. Ele enviou certos animais para contar aos homens os mistérios das estrelas, do sol e da lua. Para o Criador, todas as coisas

no mundo são duais. Em mentes das pessoas são dois, bom e mal.

Com os olhos vêem-se duas coisas, coisas que são bonitas e coisas que são feias... os Homens tem a mão direita que golpeia e traz mal, e tem a mão esquerda cheio de generosidade, e que sempre está mais próxima ao coração. Um pé pode conduzir o indivíduo pelo mau caminho, o outro pé pode conduzir a mesma pessoa ao bom. Assim são todas as coisas – contos lendários.

Sobre o búfalo, histórias antigas revelam que é um animal muito sagrado, até porque consta que representa um grande presente do Criador.

E diz-se que os Espíritos não aparecem apenas em sonhos, mas também quando o homem está desperto.

Quando um Espírito chega, pareceria como se um homem estivesse lá, mas quando este "homem" acabou de falar e se põe a andar de novo, ninguém pode ver onde ele vai. Assim

são os Espíritos.

E, nisso, tem de existir alguém que seja considerado Sagrado, no caso vertente refere-se a um Régulo, que vai para um lugar solitário e jejua e ora. Ou vai para a solidão das montanhas. Quando retorna aos homens, ele lhes conta e ensina o que o Grande Mistério lhe mandou falar.

Ele aconselha, cura e faz feitiços sagrados para proteger as pessoas de todo mal. Grande é o seu poder e muito ele é reverenciado; seu lugar é de honra.

(Redacção) – O AUTARCA – 27.08.2007

 

Reconheço de facto ter havido falha

- Daviz Simango, Presidente do Município

Contactado, telefonicamente, pelo nosso jornal, o Presidente do Conselho Municipal da Beira,

Daviz Simango, reconheceu, de facto, ter havido falha ao não ter havido recorrência à nenhum régulo da Cidade antes de se de decidir pelo destino do animal.

"Devia se chamar não só o Régulo Luís como também o Zin Òmbe para fazer uma cerimónia, porque o sucedido não acontece todos os dias muito menos por acaso" – afirmou. Simango que acabou legitimando a lamentação do Régulo Luís, disse-nos ainda estar ciente do grande significado que o surgimento do búfalo em plena Correia do Brito representa para a Cidade da Beira, sem no entanto avançar qualquer explicação.

Por outro lado, disse que o maior problema é a própria legislação que não permite exercícios flexíveis, alegando que "nós como Município tivemos essa preocupação de chamar o Régulo, tendo colocado às outras autoridades, mas a decisão que pesou mais no momento foi do sector

da Agricultura, que achou melhor abater o animal e distribuir a carne pelos centros orfanatos que existem na Cidade da Beira" – ignorando qualquer recorrência às autoridades tradicionais.

"De facto é lamentável que não tenha sido realizada uma cerimónia.

Só não insistimos para evitar más interpretações, incluindo evitamos ser chamados supersticiosos" – afirmou.

Questionado se o Município confirma que a carne foi de facto distribuída pelos centros orfanatos, Daviz Simango disse que sim. "Isso sim, tomamos maior cautela para evitar que a carne andasse de mão em mão, porque como sabe a carne de búfalo é muito saborosa e quase toda gente gosta de comer".

Fonte:O AUTARCA

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