ÁFRICA DO SUL: PODER DA MUSICA TEMIDO

África do Sul: Governo do ANC teme o poder da música
- considera Hugh Masekela

O conhecido músico sul-africano, Hugh Masekela, considera que o governo do ANC receia o poder da música enquanto agente de mudança. Num entrevista ao jornal londrino, «The Times», Masekela afirmou que a “mediocridade estava a ser promovida ao nível das artes na África do Sul dado que a música e o teatro foram vistos como agentes catalisadores na destruição do apartheid, podendo igualmente abalar a confiança do actual regime.” Masekela [imagem 'a direita], que se evidenciou durante a luta contra o sistema do apartheid, acredita que “o governo da África do Sul hoje sente-se aterrorizado pela música, negando a sua existência.

O governo está consciente de que um comentário musical poderá colocá-lo em situação de desvantagem. Os dirigentes não receiam a imprensa ou os jornalistas no seu todo, pois tal é considerado como liberdade de expressão, mas por outro lado sentem-se confortáveis com a ausência da música.” Na opinião do conceituado trompetista sul-africano, músicos como os Ladysmith Black Mambazo, Miriam Makeba, Abdullah Ibrahim, entre outros, despendem a maior parte do seu tempo no estrangeiro pois dificilmente podem actuar na África do Sul.

Na entrevista ao jornal britânico, Hugh Masekela acusou o ANC e os partidos da oposição de terem posto termo ao regime de minoria branca mediante uma “negociata” que se saldou na consolidação do poder de uma elite em detrimento da maioria da população que vive na pobreza.” Acrescentou Masekela: “Acabámos por ficar com menos de dois por cento da economia e com menos de cinco por cento das terras nas nossas mãos. Somos um povo livre, mas pobre.”

Fonte: Canal de Moçambique