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VOA News: África

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Depois de confirmado pelo Comandante da «Casa Militar»


Tobias Dai diz que não conhece «Questionário Confidencial»
O Brigadeiro Jorge Gune dissera antes que o referido questionário está em uso
"Não conheço nenhum questionário a circular nas Forças Armadas com perguntas partidárias. Acredito que a Comunicação Social está a falar de um questionário que circulava nas Forças Populares de Libertação de Moçambique (FPLM), no regime mono partidário" – general Tobias Dai, ministro da Defesa

O ministro da Defesa, general Tobias Dai, ouvido pelo «Canal de Moçambique», em entrevista exclusiva, disse desconhecer a existência do «Questionário Confidencial» que circula na «Casa Militar» e que na semana passada o Brigadeiro Jorge Gune e comandante desta unidade da Presidência da República confirmara ser verdadeiro. Mas Dai foi alegando que se trata de um questionário antigo. Entretanto foi ainda dizendo: "Eu estava fora do país, até porque ainda nem tive a oportunidade de ler os jornais que falam deste assunto."
O ministro da Defesa que é cunhado do presidente da República - ele é irmão da esposa do chefe de Estado, Maria da Luz Guebuza - desmentiu a existência do «Questionário Confidencial» que circula na «Casa Miltar» e está na posse do «Canal de Moçambique» e do Semanário ZAMBEZE.
Em exclusivo ao «Canal de Moçambique», o comandante da «Casa Miltar», brigadeiro Jorge Gune, reconheceu a existência do «Questionáro Confidencial» na sua unidade e quando solicitado a comentar o documento, disse: "Este questionário é para todos oficiais seniores das FADM". E para que dúvidas não restassem afirmou ainda: "Desde que comecei a ocupar cargos altos sempre tive que responder a esse tipo de questionários" ( vsff o «Canal» nº 379 de 7 de Agosto de 2007).
O ministro da Defesa Tobias Dai, numa tentativa desesperada de desvalorizar a prova insofismável de que as Forças Armadas de Defesa de Moçambique estão ainda partidariazadas e em jeito de quem ignora o processo político moçambicano, disse ao «Canal de Moçambique» que "este tipo de questionário remota do tempo do mono partidarismo".
Que se diga que o referido questionário existe do tempo do monopartidarismo nada obsta mas o que é facto irrefutável é que ainda circula, e mais completo, na «Casa Militar», uma unidade das Forças Armadas de Defesa de Moçambique. E dizer «Casa Miltar» equivale a dizer Presidência da República onde é suposto também não haver qualquer tipo de partidarização do que quer que seja tendo em conta os precisos termos por que se rege constitucionalmente a República de Moçambique e aquele superior órgão de soberania que deve abranger até os cidadãos sem filiação partidária ou mesmo sem simpatia por qualquer que seja o partido.
O referido documento tornando público em primeiríssima mão pelo «Canal de Moçambique» tem 29 questões que não deixam dúvidas de que existe uma clara "frelimização" no Exército e dá razão a denúncias já insistentemente feitas por outros "generais e oficiais superiores" oriundos da guerrilha da Renamo, que têm sido passados compulsivamente para a reforma.
Ao remeter a coisa do passado o «Questionário Confidencial», o ministro da Defesa Tobias Dai não ignorará certamente que naquele tempo não havia outros partidos políticos em Moçambique pelo que a existência de perguntas sobre filiação em outros partidos não pode ser coisa do passado, mas, sim, do presente que se inicia com as Forças Armadas teoricamente apartidárias constituídas pós Acordo Geral de Paz rubricado em Roma.
A questão que se coloca hoje é como é que um questionário, que circula nas «FADM - Forças Armadas de Defesa de Moçambique» faz perguntas do tipo: "Colaborou ou fez parte de algum partido político moçambicano?". "Qual ou quais?"; "Quando?"; "Porquê?"; "Como entrou?"; "Porque saiu?"; "Que actividade executou?"; "Que actividades conhece que foram executadas pelos outros?"; "Quem?".
A existência de partidos políticos começa a ser permitida em Moçambique apenas a partir de 1991.. Até mesmo o partido Frelijmo só passa a ter existência legal nessa altura como consta do Boletim da República.

"Não conheço"

Quando confrontado com a existência do «Questionário Confidencial», o titular da pasta da Defesa no governo liderado pelo seu cunhado Armando Guebuza disse ao «Canal de Moçambique»: "Não conheço nenhum questionário a circular nas Forças Armadas com perguntas partidárias".
"Acredito que a Comunicação Social está a falar de um questionário que circulava nas Forças Populares de Libertação de Moçambique (FPLM), no regime mono partidário", afirma o ministro da Defesa Nacional, general Tobias Dai. Acrescenta, entretanto, que no extinto regime mono partidário "havia questões de natureza partidária, devido à filosofia do próprio sistema, que preconizava a identificação partidária dos generais, sargentos e oficiais do exército".
Posto ao corrente de que o jornal registara declarações do comandante da «Casa Militar», a quem procurara para se certificar e não ter dúvidas de que o documento não só era verdadeiro como a sua validade temporal era actual, e que o Brigadeiro Jorge Gune confirmara ao «Canal de Moçambique» a autenticidade do «Questionário Confidencial», tendo até referido que teve sempre que preencher esse tipo de questionário ("Desde que comecei a assumir cargos altos sempre tive que preencher esse tipo de questionário") o ministro Tobias Dai, mesmo assim finca-pé na sua crença e reitera que "não existe questionário dessa natureza a circular nas FADM".

"Não há descriminação partidária no exército"

Num outro trecho o ministro da Defesa nega de igual modo as denúncias feitas pelo Renamo e dão conta de haver descriminação partidária no seio do exército único de Defesa de Moçambique.
O maior partido da oposição diz que os militares que saíram das suas fileiras aquando da sua existência como movimento guerrilheiro para formarem o exército único de defesa de Moçambique (FADM) após o Acordo Geral de Paz de Roma são descriminados e muitas vezes conduzidos a reformas compulsivas estratégicas e não promovidos para cargos superiores na hierarquia das FADM como tem vindo a suceder, segundo muitos deles, "intencionalmente".
Tais preocupações, aliás já provadas com factos e nomes, aliadas à existência do agora desvendado «Questionário Confidencial», que também prova as acusações da oposição dado que no referido questionário não se pergunta nada que tenha a ver com outro partido político em Moçambique mas apenas o que respeita às simpatias e proximidade dos questionados ao partido Frelimo, preocupam agora a opinião pública que receia que se possa estar a preparar o regresso ao monopartidarismo com objectivos inconfessos e de grande sensibilidade por se tratar das Forças Armadas garante da soberania nacional moçambicana.
O ministro Tobias Dai refuta as acusações da oposição, afirmando que "até o vice-comandante do Estado-maior General, que é um cargo muito superior nas Forças Armadas, é descendente da Renamo, o que evidencia a ausência desta descriminação"
Notícias postas a circular entretanto dão conta que o vice-chefe do Estado Maior das FADM, general Mateus Ngonhamo, anda doente e afastado dos centros nevrálgicos da instituição castrense.

"Se a Frelimo se reuniu, eu não soube"

Depois de «Canal de Moçambique» ter noticiado a existência do referido questionário, deram-nos conta de que altas patentes do Exército, ferrenhas, fies e subordinas ao partido Frelimo, estiveram em "muitas reuniões" para apurarem quem terá deixado o «Questionário Confidencial» chegar às mãos dos jornalistas do «Canal de Moçambique» e do semanário ZAMBEZE onde já foram publicados fac-similes do documento para conhecimento público.
Quando questionado para afiançar a veracidade desta informação, o ministro da Defesa Tobias Dai respondeu nos seguintes termos: "Se isso aconteceu, eu não tive conhecimento. Eu estava fora do país, até porque ainda nem tive a oportunidade de ler os jornais que falam deste assunto".
A questão de fundo, agora que o ministro Tobias Dai entrou em cena é: quem entre ele e o brigadeiro está a mentir ou a faltar à verdade?
O brigadeiro Jorge Gune, está no terreno, dirige a «Casa Militar» que zela pela segurança do Chefe de Estado e confirma que o mesmo existe. O ministro da Defesa diz o contrário. Estão em causa questões de grande relevância para a observância da Constituição da República.

Fonte: Canal de Moçambique

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