TRAC poderá explorar estrada Maputo/Xai-Xai

O troço rodoviário entre as cidades de Maputo e Xai-Xai,na EN1,poderá ser cedido à firma privada Trans African Concessions (TRAC) para operação,em moldes ainda por aprovar pelo Governo,caso as negociações actualmente em curso produzam um acordo entre as partes.

Para já,o Presidente do Conselho de Administração da Administração Nacional de Estradas (ANE),Ibrahimo Remane, confirma que o Executivo vê viabilidade na concessão do maior número possível de estradas a operadores privados, para permitir que os investimentos que actualmente orienta para a sua manutenção sejam aplicados em projectos de desenvolvimento rural. O Governo já convidou formalmente a TRAC a realizar uma consultoria visando obter informações sobre a viabilidade de uma eventual concessão, do ponto de vista de tráfego, pois qualquer estrada concedida deve ter um tráfego mínimo para ser rentável.Falando em exclusivo ao `Notícias´, Remane disse ser do interesse do Governo aproveitar a sua própria experiência na gestão do contrato que actualmente tem com a TRAC, relativamente à operação da auto-estrada Maputo/Witbank (N4), além de que será igualmente valioso ter em conta a capacidade já demonstrada por aquela concessionária. `Tudo dependerá da forma como a proposta nos for apresentada´, disse Remane.A nossa fonte referiu-se à experiência da África do Sul, que, segundo ele, vai investir cerca de dois biliões de dólares nos próximos cinco anos, só em concessões. A ideia dos sul-africanos é de reabilitar os troços por concessionar e depois entregá-los a privados, por forma a reduzir os gastos que actualmente arca com a manutenção das rodovias. `Isso vai permitir que os valores que antes eram para a manutenção sejam destinados a projectos com estradas rurais, terciárias e vicinais, a programas de desenvolvimento rural´, explicou Remane. A nossa fonte não se referiu a detalhes sobre a eventual concessão, sabendo-se,para já,que a mesma vai implicar, além da introdução de melhoramentos na via, a colocação de portagens destinadas a produzir retorno dos valores a serem investidos pela concessionária.Ainda de acordo com Remane,o Governo está igualmente em conversações com a TRAC visando a sua intervenção na construção da segunda faixa de rodagem na Avenida Joaquim Chissano,vulgo Via Rápida da Machava. `Há gente que terá de ser reassentada,e para isso estamos a negociar com o Conselho Municipal para podermos resolver o problema das pessoas que construíram na zona reservada à estrada. O estudo de viabilidade está a terminar, e em finais de 2008 teremos um projecto de engenharia definitivo que permita o início das obras´, disse.Relativamente à Rua do Jardim, outra via que reconhece ser muito importante para o escoamento do tráfego entre Maputo e Matola, Ibrahimo Remane disse estarem em curso acções visando a concepção de um projecto de engenharia completa que preveja todas as componentes, desde a drenagem aos passeios laterais. `Não há nenhuma pressão por parte da TRAC para não colocarmos a Rua do Jardim em condições, pois ao contrário, ela tem obrigações e uma delas é descongestionar as portagens, para que não haja filas. A única solução para isso é haver estradas alternativas, que serão a Rua do Jardim, a segunda faixa da Joaquim Chissano, e uma terceira, já com portagem, que ligará à EN1, uma ideia que está em estudo. Estamos a fazer a contagem do tráfego para recebermos uma proposta quer para esta estrada como para a extensão do contrato para Maputo/Xai-Xai. Queremos definir em que condições faremos tal extensão´, disse a nossa fonte.
fonte: Jornal Notícias