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segunda-feira, 6 de agosto de 2007

«Madgermanes» protestam


«Madgermanes» voltam à rua com as mesmas reivindicações
"O senhor Marcelino dos Santos assinou um protocolo a 18 de Maio de 1985, na Alemanha, que defendia que ia transferir-se parte dos nossos salários para aqui. Agora está escondido atrás dos seus camaradas corruptos, vivendo em mansões de luxo que construíram com parte dos nossos salários, enquanto nós morremos de fome e de raiva, ficando cada vez mais paupérrimos" – Zeca Cossa, presidente da Associação dos Antigos Trabalhadores Moçambicanos na ex-RDA

A Associação dos Antigos Trabalhadores Moçambicanos na ex-RDA voltou à rua para se manifestar contra o Governo, agora dirigido por Armando Emílio Guebuza e sob tutela da mesma primeira-ministra do tempo de Joaquim Chissano, Dra. Luísa Diogo, tempo de que provém o actual braço de ferro que se julgava terminado mas acaba de reacender com forte intensidade mas como sempre com imenso civismo. Exigem os seus salários que, segundo o presidente da agremiação do «Madgermen», o Executivo moçambicano "não quer nos devolver".

"Governo de Corruptos"

Os «Madjermen», como é vulgarmente conhecido este grupo de cidadãos de ex-trabalhadores na República Democrática da Alemanha que depois de extinta integraria a Alemanha unida na República Federal da Alemanha, rondaram na última sexta-feira por quase toda zona urbana da Capital do país, com cartazes e cânticos insultuosos ao governo de Guebuza. Nalguns dos cartazes lia-se "mataram Samora para roubarem o povo!".
Em declarações ao «Canal de Moçambique», Zeca Cossa, o actual presidente desta Associação, disse: "Nós voltámos à rua para exigir os nossos salários que este governo de corruptos usou para pagar dívidas externas contraídas pelos camaradas vindos de Nachingweia".

Marcelino dos Santos entra em cena

"O senhor Marcelino dos Santos assinou um protocolo a 18 de Maio de 1985, na Alemanha, que defendia que ia transferir-se parte dos nossos salários para aqui. Agora está escondido atrás dos seus camaradas corruptos, vivendo em mansões de luxo que construíram com parte dos nossos salários, enquanto nós morremos de fome e de raiva, ficando cada vez mais paupérrimos", afirma Zeca Cossa ao «Canal de Moçambique».
Outro assunto que foi abordado por esta agremiação é a situação do «Socremo», conhecido banco moçambicano de micro finanças. Para os Madjerman's, o SOCREMO pertence-lhes. "Este banco é 95 por cento nosso, e não 20 por cento como diz o executivo moçambicano".
"Socremo foi constituído com os nossos salários. É 95 porcento nosso. Os restantes 5 por cento são da companhia LFS, uma companhia de micro finanças alemã. Que este governo nos dê o que é nosso na sua totalidade", disse ainda ao «Canal de Moçambique» o presidente da associação dos espoliados da ex-RDA.
Questionado por que razão recomeçaram com as manifestações de rua se, como tudo indicava – pelo menos parecia – se tinha já chegado a consenso entre o Governo e os chamados «Madgermen», o presidente Zeca Cossa disse que " este governo nunca saldou as nossas dívidas".
"Nós tínhamos parado, a procura de novas estratégias de luta, visto que lidamos com um governo de corruptos, que inclusive levou um dos nossos colegas para as suas fileiras de corruptos e ladrões do povo, com a sua tentativa de nos silenciar. O governo, inclusive, já assassinou alguns dos nossos colegas, mas nós não vamos parar enquanto não nos derem o que é nosso".
De referir que junto ao Edifício de «Sua Alteza Real Aga Khan» na cidade de Maputo, no Jardim 28 de Maio, conhecido como base central dos «Madgermen», pode-se ler, numa placa ali erguida: "Em memória de Virgílio Amad Murrupula, nosso colega assassinado pela PRM (Polícia da República de Moçambique), a 05 de Maio de 2003, pelas 11 horas e 45 minutos". Era então presidente da República Joaquim Chissano. Luísa Diogo era já na altura primeira-ministra.

"Devolvam-nos a nossa dignidade"

Noutros dos cartazes que estes manifestantes ostentavam, podia-se ler: "Devolvam-nos a nossa dignidade". O «Canal de Moçambique» pediu que fosse explicada a razão de ser desse apelo. Zeca Cossa o concedeu: "Somos vítimas do sistema, levaram-nos para Alemanha, não podemos estudar. Comeram os nossos salários. Agora estamos pobres e ainda somos marginalizados, somos chamados «madgermen». Nós queremos que nos devolvam a nossa dignidade para sermos tratados como todos os cidadãos, sem distinção".

"Matem-nos com armas e não de fome"

"Estamos a voltar à rua para mostrar aos moçambicanos e ao mundo que este governo não é justo. Enquanto não saldarem com as nossas dívidas, não vamos parar, ou terão que nos matarem a nós todos com as suas armas, pois agora estão-nos matando de fome. Matem-nos com armas, mas não de fome!...".
O «Canal de Moçambique» tentou, sem sucesso, contactar alguém do Ministério de Trabalho para ouvir a versão do governo acerca deste assunto. O Adido de Imprensa daquela instituição disse que "a comissão que trabalha com este assunto neste momento não está disponível". Tal foi-nos dito na última sexta-feira, cerca das 11 horas.
Este assunto que parecia ter já conhecido desfecho pacífico, volta a conhecer momentos de atrito, com os «Madgermen» a confrontarem de novo o Governo num momento em que o país quase que parou para dar o lugar ao III Censo Geral da População e Habitação.
O Governo que se diz empenhado em buscar financiamento externo que permita promover as eleições provinciais já remarcadas para 16 de Janeiro de 2008, tem agora mais um problema aos ombros a adicionar a tantos que segundo se especula tem uma mão estranha por trás tentando por em causa a imagem do Presidente da República Armando Emílio Guebuza e do seu Executivo.
O actual presidente da associação dos ex-trabalhadores moçambicanos na ex-RDA, Zeca Cossa, diz que "o Governo" os "traiu", "corrompendo" o seu colega "Alberto Mahuaie". Segundo Cossa, Mahuaie "está agora nas fileiras da Frelimo".
Zeca Cossa promete: "não vamos parar enquanto não recebermos na totalidade os valores que nos foram descontados para nos devolverem em Moçambique".


Fonte: Canal de Moçambique





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