Zimbabwe: Inflação pode chegar aos 100.000 %

O jornal electrónico zimbaweano que se publica a partir da África do Sul, «ZimOnline» escreve na sua edição de ontem que, “segundo o «FMI- Fundo Monetário Internacional», a inflação zimbaweana pode chegar aos 100.000% até ao fim do ano”.

A referida publicação cita Abdoulaye Bio Tchane, director do «Fundo Monetário Internacional» do Desenvolvimento Africano a dizer que “se situação continua a ser a mesma dos últimos meses a inflação pode muito bem ultrapassar os 100.000 %”. “A experiência internacional mostra que quando a inflação atinge níveis elevados e as políticas não mudam, as taxas de inflação crescem exponencialmente”.

Segundo o «ZimOnline» nos últimos meses o regime de Robert Mugabe parou de tornar públicas as taxas de inflação, o que é interpretado por analistas económicas pelo facto de o governo estar embaraçado com as reais taxas de inflação. A última vez que o governo zimbabweano publicitou as taxas de inflação foi no mês de Maio quando a inflação oficial disparou para os 4.500% muito longe dos 3.700% previstos para o mês em causa.

O regime de Robert Mugabe tem nos últimos tempos estado a tentar distorcer a realidade e os factos com medidas políticas que acabam tendo efeitos perversos na economia. A última medida foi caracterizada pela obrigatoriedade dos comerciantes baixarem os preços dos produtos de primeira necessidade. Para tornar efectiva a referida medida, o regime zimbaweano não hesitou em recorrer às forças policiais e à detenção dos que recusaram acatar a ordem. A medida é justificada por certos analistas como um sinal de desespero de Mugabe que pretende voltar a conquistar o eleitorado urbano, normalmente com mais simpatias pela Oposição.

O «ZimOnline» refere que no princípio do corrente ano, o governador do Banco de Reserva do Zimbabwe, Gideon Gono, disse que “a inflação se situaria entre os 300% e 400% por alturas do fim do ano”. Os factos mostram que Gideon Gono falhou nas suas previsões. O Zimbabwe tem neste momento a taxa de inflação mais alta do mundo.

Fonte: Canal de Moçambique