Renamo apela à adesão ao recenseamento eleitoral

APELOS a uma adesão massiva dos cidadãos ao recenseamento eleitoral de raiz a ocorrer em Setembro próximo, visando as eleições provinciais de 16 de Janeiro de 2008, marcaram o arranque, ontem, na cidade da Beira, em Sofala, da IX sessão ordinária do Conselho Nacional da Renamo.

O encontro, que termina amanhã, está já a desenhar as linhas-mestras da estratégia eleitoral do movimento para as provinciais, para além de que vai ainda deliberar sobre a realização ou não do congresso, que estatutariamente deveria ocorrer entre os meses de Junho e Julho do corrente ano. Porém, o "Notícias" apurou ser um dado adquirido  que tal encontro do órgão máximo desta formação política não vai acontecer em 2007, e o argumento que vai prevalecer é que os parcos recursos financeiros e logísticos do partido deverão ser aplicados em todo o processo que culminará com a realização das provinciais de Janeiro próximo.

Aliás, o discurso de abertura do líder do maior partido da oposição nacional, Afonso Dhlakama, centrou-se mais em apelos aos seus membros e militantes no sentido de concentrarem todo o trabalho político em torno de tal pleito.

"É preciso desenhar uma estratégia de como mobilizar todo o cidadão, com idade de votar, para ir se recensear. Quem não estiver recenseado não poderá ir votar. Por isso, a nossa primeira missão é a de mobilizar a todos para irem recensear. Temos de ter muito cuidado com o cansaço do eleitor porque pode ser um risco que poderá perigar a nossa vitória. Todos são chamados a inverter este sentimento. É preciso elevar a motivação e a confiança das pessoas para irem recensear e para irem votar", enfatizou.

A este respeito, Dhlakama informou que o seu partido vai dar maior atenção à selecção de pessoas para fiscalizarem o registo eleitoral, prometendo que os fiscais que assumirem o seu papel com zelo poderão ser indicados como delegados de candidatura e de lista nas mesas de votação.

Críticas à governação também figuraram no discurso do líder da Renamo, ao atacar aquilo que chamou de partidarização do Estado, a alegada exclusão social e a ausência de uma política nacional visando um melhor enquadramento dos jovens recém-formados.

"Estranhamente, a comunidade internacional tem mantido um silêncio cúmplice diante desta situação, salvo as poucas excepções de algumas críticas que vão surgindo de vez em quando. Temos a consciência da importância que o apoio da comunidade internacional representa no nosso Orçamento do Estado, mas também temos a responsabilidade de exigir uma maior justiça e equidade na sua aplicação", frisou Dhlakama.

Para além dos membros efectivos deste órgão, o evento conta também com a participação dos presidentes dos conselhos municipais das autarquias governadas pela Renamo, nomeadamente Beira, Ilha de Moçambique, Nacala e Moma.

Na página 2 desta edição publicamos uma entrevista concedida ao "Notícias" pelo líder da Renamo, Afonso Dhlakama, na qual se escapelizaram assuntos relativos à situação interna do partido, bem como temas da agenda nacional.

 

Fonte: Notícias

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