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VOA News: África

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Líder FNLA morreu "sem o reconhecimento devido"

Partidos angolanos na oposição consideraram hoje, em Luanda, que Holden Roberto, fundador e presidente da FNLA, não teve o "reconhecimento devido" pelo seu papel na "libertação de Angola", enquanto o MPLA destacou o "vazio" criado com a sua morte.

"Apesar dos meios existentes, não teve o reconhecimento que deveria ter tido e viveu com algumas dificuldades. Merecia ter tido outro tipo de apoio", disse à Agência Lusa, o porta-voz da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Adalberto da Costa Júnior.
Adalberto da Costa Júnior recordou que a UNITA no dia 11 de Novembro de 2005 realizou uma cerimónia para prestar homenagem aos três fundadores dos movimentos de libertação de Angola: Agostinho Neto do MPLA, Jonas Savimbi da UNITA e Holden Roberto da FNLA, já todos falecidos.

[Holden Roberto morreu, ontem, de doença prolongada]

"A UNITA há dois anos realizou uma cerimónia muito particular onde prestou homenagem a Agostinho Neto, Jonas Savimbi e Holden Roberto, mas trata-se apenas de um partido e não bastava, gostaríamos que fosse o próprio Estado" a homenageá-los, salientou.
Para o presidente do Partido de Renovação Social (PRS), Eduardo Kuangana, Holden Roberto como o único sobrevivente dos três subscritores dos Acordos de Alvor deveria ter sido tratado "com outro respeito".

"O próprio Estado devia ter dado outro tratamento, um estatuto especial. Deveria ter tido outro tratamento porque depois de Agostinho Neto e Jonas Savimbi, era o único que vivia", disse Eduardo Kuangana.

De acordo com o presidente do PRS, Holden Roberto foi um herói, uma das primeiras pessoas que despertaram a consciência dos angolanos para a luta de libertação nacional.
"Deixou um grande vazio, porque era uma pessoa a quem de vez em quando recorríamos para algumas consultas, ideias e alguns pensamentos. Ajudou muitos partidos, o país e África em geral", frisou.

Aos membros da FNLA, Eduardo Kuangana faz um apelo para que, agora com a morte do líder daquele partido, estejam unidos para enfrentarem novos desafios.
"Esperamos que a nova FNLA seja unida, que possa resolver os seus problemas internos e que consiga trabalhar para os desafios que se aproximam", afirmou.

Por sua vez, o presidente do Partido Democrático para o Progresso de Aliança Nacional Angolana (PDPANA), Sediangani Mbimbi, disse que Holden Roberto foi um grande combatente pela luta de libertação nacional, tendo feito sacrifícios pessoais para que hoje os angolanos "beneficiassem daquilo que ele próprio não beneficiou".

"Sacrificou-se para que muitos pudessem beneficiar de muita coisa que ele próprio não beneficiou. Os dirigentes deste país não souberam dar dignidade a esse homem", disse Sediangani Mbimbi.

Para o PDPANA, Holden Roberto foi "um pai político", o maior expoente e pilar dos pilares da luta do nacionalismo e libertação de Angola. "O Holden também foi pai político para muitos dirigentes do MPLA e da UNITA, que passaram por movimentos de libertação como a UPA e depois a FNLA", disse.

Sediangani Mbimbi apela aos militantes da FNLA para que dêem continuidade à obra deixada pelo seu líder, para poderem dar a honra devida a Holden Roberto. "Os militantes devem dar continuidade à obra de Holden com responsabilidade, coragem, determinação e espírito de união, só assim poderão dar honra a esse heróis da luta de libertação", disse, acrescentando que "devem estar unidos independentemente das suas divergências". Já o secretário-geral do MPLA, partido no poder desde a independência, Julião Mateus Paulo "Dino Matross", disse que a morte de Holden Roberto deixa um vazio não só dentro do seu partido, mas também entre os angolanos.
"Como angolano, deu o seu contributo para a independência de Angola, lutou contra o colonialismo português e para fortalecimento da democracia deste país. É uma perda irreparável e por isso rendemos homenagem ao seu desaparecimento", disse.

O líder historio da FLNA, Álvaro Holden Roberto, faleceu quinta-feira, em Luanda, depois de um longo período de doença, na sua residência, aos 84 anos.

Fonte: LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

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