"Definir acções que levem à conquista e manutenção do Poder em Moçambique" constitui o prato forte dos debates da 9.ª sessão ordinária do Conselho Nacional da Renamo que teve início ontem, dia 5 de Agosto corrente, na cidade da Beira, evento que termina amanhã.
De acordo com Afonso Dhlakama, líder do Partido Renamo "tudo deve ser feito para que nas próximas eleições provinciais, a terem lugar em Janeiro de 2008, a «Perdiz» vença".
"O efeito psicológico da vitória nas eleições provinciais será muito importante e vai influenciar para que ganhemos as eleições autárquicas de 2008 e as gerais de 2009", disse Dhlakama na sessão de abertura do evento.
"Poder chama Poder e não se pode brincar com ele", realçou o líder do maior partido da oposição para em seguida sentenciar: "esta é a oportunidade para tomarmos o Poder e salvarmos as populações. É preciso usarmos a nossa força e inteligência para conseguirmos este objectivo".
"O não cumprimento desta orientação será considerado uma traição", frisou.
Para a concretização desse objectivo Dhlakama colocou como uma das missões dos participantes nas deliberações do Conselho Nacional discutir se o congresso da Renamo que inicialmente estava previsto para ocorrer sensivelmente a esta altura do ano, realiza-se ou não.
Segundo o líder da Renamo, devido à proximidade das eleições provinciais bem como à exiguidade de fundos com que se debate o seu partido, é preciso optar. "Estamos num dilema, entre cumprir os estatutos do partido que mandam realizar o congresso ou então concentrar o pouco dinheiro que temos na preparação das próximas eleições". Preparação das eleições Os membros do Conselho Nacional da Renamo reunidos na Beira deverão ainda deliberar sobre aspectos ligados à preparação dos próximos pleitos eleitorais.
Segundo Dhlakama, ao longo da presente sessão serão delineadas "estratégias que possam levar a maior parte da população com idade de votar a participar nas eleições. Primeiro a recensear-se e depois a votar".
Dhlakama exortou ainda os participantes a definir métodos para selecção de indivíduos que serão fiscais de todo o processo, porque, conforme disse acreditar, nas eleições passadas a falta de fiscais devidamente escolhidos favoreceu as fraudes. Programa de governação A dado passo Dhlakama descreveu o cenário que caracteriza o estado actual da nação. Segundo ele a nação está prenhe de injustiças e a criminalidade está cada vez mais crescente ante a incapacidade das autoridades em conter-lhe a marcha. De acordo com a sua argumentação são cenários que podem perigar a paz ora existente.
Enquanto isso Afonso Dhlakama fez alusão aos países com relações com Moçambique. "A comunidade internacional tem mantido um silêncio cúmplice fora escassas críticas que vão ocorrendo, timidamente aqui e ali".
"Não existem políticas claras para o enquadramento de jovens recém formados. O Estado está partidarizado. Há exclusão na gestão da vida pública para os não membros ou simpatizantes da Frelimo. Não há política de protecção civil e os acidentes tipo explosões do paiol de Malhazine ocorrem sem que os responsáveis apareçam. E ainda ninguém explicou o que de facto aconteceu para ocorrerem as cheias no vale do Zambeze", disse também Afonso Dhlakama.
O presidente do partido defende que o programa de governação (2009/2014) que a Renamo vai levar para as eleições gerais de 2009 "deverá não só inspirar-se na boa governação municipal das autarquias que a perdiz conduz, mas, também em políticas que acabem com o estado actual da nação".
O programa da governação da Renamo, de acordo com o presidente da Renamo deverá ser debatido publicamente e só depois será submetido ao próximo congresso que em princípio a sua realização será remarcada na presente sessão | 
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