Nem Proagri, nem revolução verde, nem jatropha vai funcionar
- Afonso Dhlakama
"Na minha modesta opinião, o que o país precisa é de um programa integrado para a área agrícola, uma vez que esta é uma área transversal de desenvolvimento", assim se pronunciou o Presidente da Renamo quando questionado sobre o que estava a falhar nos programas de desenvolvimento e de combate à pobreza desenhados pelo Governo moçambicano nos últimos anos.
Dhlakama mostra-se bastante crítico em relação a todos os programas desenhados nos últimos tempos, pois, segundo disse, "o PROAGRI desde o seu início nada fez em termos de trabalho no campo senão adquirir computadores e viaturas para o Ministério da Agricultura".. O projecto "revolução verde" é na opinião de Dhlakama, "mais uma cantiga para queimar tempo e colocar as pessoas na expectativa porque está provado que "revolução verde não se faz com discursos ou com varinha mágica, mas sim com trabalho no campo. Isso não existe e nem vai existir".
Em relação ao fracasso dos seus programas, o Governo já veio à público, várias vezes, justificar-se. Por exemplo, em relação ao PROAGRI – I, o Governo reconheceu ter usado cerca de 200 milhões de USD para o reforço da capacidade institucional do MINAG, ou seja, apetrechamento da instituição em meios como computadores, viaturas e outros.
Há pouco tempo, mais uma vez, o governo veio a público dizer que era necessário fazer-se um esforço mais aturado com base em experiências de outros países sobre a viabilidade ou não do cultivo da jatropha em larga escala. Este pronunciamento veio depois de o governo ter lançado uma campanha para a produção em larga escala da jatropha.
"Moçambique é um país extenso com várias potencialidades, há necessidade de se orientarem os recursos que actualmente dispomos para determinados sectores prioritários de desenvolvimento e com um efeito multiplicador, dentro de uma estratégia integrada de desenvolvimento" – disse Dhlakama.
"No passado deu-se bastante ênfase ao PROAGRI e hoje se fala da fórmula mágica que é a revolução verde, ontem falou-se insistentemente na jatropha e hoje fala-se no biodiesel com excepção da jatropha. Esta incerteza por parte do Governo tem como consequência, o mau aproveitamento dos poucos recursos de que dispomos, os quais são utilizados sem retorno em projectos que se revelam inviáveis para o País" – anotou.
Assim, concluiu Dhlakama, "não se pode conceber o desenvolvimento real e efectivo da agricultura sem incluir o crédito agrícola com juros bonificados e acessíveis aos cidadãos, um sistema de escoamento e comercialização efectivo onde o sector privado tenha um papel primordial."
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