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VOA News: África

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Lagos Lidimo diz que nunca ouviu falar do “Questionário Confidencial”

Nas celebrações do dia 7 de Setembro

O Chefe do Estado Maior FADM, general Lagos Lidigo, disse ao «Canal de Moçambique» que nunca ouviu falar da circulação de um questionário com perguntas de índole político-partidária nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique, desde a celebração do Acordo Geral de Paz (AGP). “Nunca ouvi falar desse questionário”, disse ao «Canal de Moçambique» o militar mais graduado das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).
O contacto com o chefe do Estado Maior General das FADM deu-se na sexta-feira 7 de Setembro na Praça dos Heróis quando se comemorava a efeméride dos Acordos de Lusaka através dos quais foi reconhecido o direito à auto-determinação e independência aos moçambicanos, acordos esses chancelados pela então Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) e uma Junta Militar que governava então Portugal após o golpe de Estado que pôs termo ao regime que pretendia perpetuar a soberania lusa nas colónias que vinha mantendo em África.
Ao afirmar que “nunca” ouvira falar “desse questionário”, o general Lagos Lidimo desmentia o brigadeiro Jorge Gune, comandante da Casa Militar, que confirmou a este jornal a autenticidade do referido documento, chegando a afirmar de viva voz que “desde que comecei a assumir cargos altos tive sempre de preencher esse tipo de documentos”.
A uma outra questão sobre o significado do dia 7 de Setembro de 1974, Lagos Lidimo foi curto e grosso: “Contacte os antigos combatentes. Eles é que podem falar melhor sobre isso”. Após dito isto, apareceu um segurança com um aviso ríspido e contundente: “Se ele não quer falar, é melhor não insistir”.
O autor destas linhas, perante os factos, retirou-se e procurou o major Freitas Norte, director do Centro de Recrutamento Militar, para também deste, colher a sua versão sobre a circulação do não menos polémico «Questionário Confidencial» em circulação nas FADM. O Major Norte, no mesmo diapasão do seu chefe do Estado Maior repetiu a ladainha: “Eu nunca ouvi falar deste questionário”. “Eu estou de férias”, foi o mais que disse. Mas mesmo assim o Major Norte solicitou ao «Canal de Moçambique» uma cópia do «Questionário Confidencial» alegando que não podia “Fazer especulações”. “Tenho que comentar sobre algo que sei”, concluiu.
O «Questionário Confidencial» é um documento também já publicado pelo Semanário ZAMBEZE em que são feitas ás hierarquias militares perguntas de índole partidária e mais objectivamente pretendendo claramente aferir as simpatias dos inquiridos pelo Partido Frelimo, de que é presidente do actual chefe de Estado, Armando Guebuza.
Enfim, foi mais uma das várias oportunidades que temos estado a oferecer a figuras de relevo do panorama nacional, sobre um assunto que parece ser de carácter melindroso nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique que é suposto serem rigorosamente apartidárias como aliás vem prescrito na Constituição da República. O próprio Procurador Geral da República recentemente exonerado pelo presidente da República, Dr. Joaquim Madeira, reconhecera pouco antes a ilegalidade e inconstitucionalidade de tal «Questionário Confidencial» que o chefe da Casa Militar, a primeira entidade contactada pelo «Canal de Moçambique» para se certificar da autenticidade, admitira em uso corrente.
(Emildo Sambo)
Fonte: Canal de Moçambique

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