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VOA News: África

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

As autoridades da Educação e da Saúde erraram na concepção do programa

Desparasitação das crianças nas escolas

A desparasitação não é feita por técnicos de saúde como era de esperar. É feita por professores sem nenhum conhecimento de Medicina e ainda por cima sem nenhum acompanhamento do pessoal de Saúde - afirma o director da Escola Primária Completa Kurhula, Gonçalves Cossa, uma das escolas que viu alguns dos alunos seus a desmaiarem devido a má aplicação de desparasitantes

 A implementação do programa de desparasitação das crianças nas escolas, introduzido pelo Ministério da Educação e Cultura (MINEC) em coordenação com o Ministério da Saúde (MISAU) em 2004, está a gerar polémica no seio dos pais e encarregados de educação, nas províncias de Maputo e Maputo-Cidade, respectivamente. Agora exigem explicações plausíveis do que efectivamente aconteceu.
Foi na passada terça-feira 12 de Setembro que muitas escolas da província e cidade de Maputo viveram momentos de pânico causado pela má aplicação dos referidos desparasitantes. As crianças que inconscientemente viram-se obrigadas a tomarem uma dosagem que variava entre três a quatro comprimidos tiveram de seguida enormes dores de estômago, vómitos, desmaios, confirmadamente, havendo ainda relatos de mortes que, no entanto, tudo indica ser falso se bem que ainda não tenha havido nenhum desmentido oficial das entidades responsáveis pela implementação do referido programa. Como também é verdade que ninguém provou que tenha havido mortes.
Gonçalves Cossa, director da Escola Primária Completa Kurhula, uma das tantas escolas que viveram as peripécias atrás reportadas foi contactado pelo «Canal de Moçambique» e contou como tudo ocorreu.
Esta nossa fonte que ainda não tinha conseguido recompor-se do susto começou por lançar algumas críticas aos ministérios visados, pois segundo Cossa não foram capazes de traçar devidamente o programa. A fonte classifica mesmo a atitude dos ministérios de "incompetência de quem contribuiu para a concepção do programa".
Ainda de acordo com Gonçalves Cossa tudo ficou à responsabilidade de quem apenas entende do abecedário, o professor. "A Direcção de Saúde da Cidade, apenas veio deixar os comprimidos na escola deixando a tarefa da sua administração à responsabilidade dos professores", revelou Cossa.
Sublinhou entretanto que "a desparasitação não foi feita por técnicos de Saúde, como era de esperar".
"Foi feita por professores sem nenhum conhecimento na medicina e ainda por cima sem nenhum acompanhamento do pessoal de saúde", disse a fonte visivelmente transtornada com a reputação da sua escola e da educação no seu todo pelo que daí resultou.
Cossa falou também do cenário que se seguiu depois de algumas crianças terem tomado os comprimidos fornecidos pelos professores.
"Depois deles tomarem os comprimidos, começaram a ter reacções estranhas. Alguns desmaiaram", apontou o director. "Se não morreu nenhum petiz é porque não calhou".
Habitualmente as direcções das escolas, principalmente do nível primário, trabalham em coordenação com os pais e encarregados de educação, mas desta vez, de forma precipitada tal coordenação foi relegada ao segundo plano. Assim quisemos saber do director daquela instituição o que efectivamente teria acontecido para que os pais não fossem informados, pois os estudantes antes de pertencerem a qualquer escola são de uma família e cada uma delas tem o seu modo de vida. Cossa não teve dificuldades para dizer o seguinte: "Não é tudo que informamos aos pais e encarregados de educação. Neste caso vertente nós informamos os alunos para que comessem antes de sair de casa", justificou o director.

Autoridades da saúde e as eternas ladainhas

O «Canal» contactou telefonicamente a directora da Saúde Crimilde Anli, que para o nosso espanto declinou o convite para falar sobre o assunto que está a colocar os pais e encarregados de educação em pânico. "Não estou autorizada a falar sobre isso. Obrigada!", justificou Anli. Mas dada preocupação dos pais o «Canal» fez uma insistência, tentando contactar Martinho Djedje, porta-voz do MISAU. No entanto não foi possível porque ele não atendia o seu telemóvel. Assim fica claro que as autoridades realmente não querem falar do assunto.
A Escola Primária Kurhula matriculou para o presente ano lectivo um total de 4.627 alunos divididos em quatro turnos. Deste universo apenas um número não especificado pertence ao curso nocturno. Este não foi abrangido pelo desparasitante.
De acordo com o Director da «Kurhula», o programa de desparasitação foi imediatamente interrompido, a mando das autoridades superiores da educação e saúde.

(Borges Nhamirre e Jorge Matavel

 Fonte: CANAL DE MOÇAMBIQUE 



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