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VOA News: África

sábado, 29 de setembro de 2007

Alimentação e etanol

EDITORIAL
A história da utilização da água da barragem de Massingir, na província de Gaza, já está a criar muita controvérsia, na sequência de informações de que o Governo já aprovou um projecto de plantação de cana para a produção de etanol numa superfície de 30 mil hectares.
Os que se opõem ao projecto argumentam que a sua implementação significará o fim da actividade agrícola ao longo do vale do Limpopo, abrangendo os distritos de Chibuto, Chókwè e Xai-Xai.
Consideram que a barragem de Massingir foi concebida para o controlo de cheias e irrigação de 40 mil hectares nas três regiões do Baixo Limpopo acima mencionadas.

Afirmam, ainda, que actualmente a Barragem de Massingir opera a 65 porcento da sua capacidade, o que equivale a 1 625 milhões de metros cúbicos. Tecnicamente, a barragem nunca deve ficar a menos de 25 porcento de reserva de água na albufeira.

Isto significa que resta apenas cerca de 1 bilião de metros cúbicos para a irrigação. Com a implantação do projecto da cana, que é uma cultura de intensa utilização de água, calcula-se que o projecto irá consumir 950 milhões de metros cúbicos de água por ano, o que significa que restarão apenas 50 milhões de metros cúbicos para os pequenos agricultores e outros empreendimentos agro-industriais que pretendem instalar-se na zona.

Se estas inquietações forem verdadeiras, podemos estar perante a situação de um projecto que foi autorizado com base em preceitos totalmente errados, com consequências muito graves no que diz respeito à segurança alimentar na região, que é historicamente um dos celeiros do país.
A produção de bio-combustíveis deve ser importante para minimizar os danos causados pelos combustíveis fósseis, nesta altura em que se procuram alternativas para melhor proteger o meio ambiente. Contudo, a pergunta que deve ser colocada ao Governo é se o etanol é mais importante que a produção de comida.

Para além disso, não se pode tentar resolver um problema quando nesse processo a suposta solução é passível de provocar um outro problema ainda mais grave que aquele que se pretende solucionar. É que com a irrigação de 30 mil hectares de cana não restará mais água à jusante do Rio Limpopo, o que resultará na desertificação, erosão de solos e outros danos afins.

Por outro lado, há projectos que na face do papel são impressionantes, mas que ao longo do tempo vão nos demonstrando o quão ilusórias terão sido as bases sobre as quais eles foram desenhados. Há planos de investimento que são produzidos apenas com o objectivo de impressionar investidores em bolsas de valor abastadas, os quais são levados a comprar acções, na ilusão de que estão a investir o seu dinheiro em projectos de futuro. Porém, feito o dinheiro, os projectos já não são mais viáveis, e ficam os pobres investidores com a gema na cara.

Ninguém está a sugerir que este seja um deles. Mas vale a pena recorrer a um velho ditado: nem tudo o que parece é.
Fonte: SAVANA

 M I R A D O U R O - ACTUALIDADE NOTICIOSA - MOÇAMBIQUE - MMVII



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