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VOA News: África

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Carta ao meu amigo Nelson no Chitengo em Gorongosa (9)

Caro Nelson;

Escrevo-te hoje para, desta vez, ti falar do aniversário deste blogue que se deu a 26/07/2008. E não só foi um ‘anito’ de grandes ‘avanços’ como também de ‘retrocessos’, dos quais alguns deles têm propostas de melhoramento, como também, ti dou conta dos destaques noticiosos nacionais quer na imprensa quer no meu quotidiano pessoal. Por falar do plano pessoal, espero que estejas desfrutando de uma boa saúde na companhia dos demais colegas aí pelas bandas da grande Gorongosa e tua integração esteja a se efectivar a contento. Cá por mim vou indo aos poucos graças a Deus. Voltando ao assunto da minha carta, quatro assuntos me parecem configurar alguma substância para teu conhecimento ou mesmo revisão:

· A questão dos seqüestros no Maputo
· “O público teme mais na Polícia que os criminosos” versus a linha verde
· A Suécia e Suíça versus a corrupção e falta de transparência governativa
· As bofetadas que elementos da Frelimo estão aplicando na oposição.

Nelson, homens inteiros com ‘h’ maiúsculos já começam a ser seqüestrados na cidade capital naquilo que a opinião pública e a uma boa parte da imprensa entende ser um novo contorno da já preocupante onda de criminalidade. O método dos criminosos em si, percebido como medieval e basicamente clássico, não encontra uma PRM com antítese necessária para neutralizá-los. Um contra-método falta na nossa polícia, apesar de investimentos maciços de que beneficiou muito recentemente.

Isto “me leva ao segundo ponto Nelson, se perante um público que teme enormemente e mais na Polícia que os criminosos”, a tal ‘linha verde’ que dá a sala das operações da PRM valerá! No imaginário do cidadão pacato há uma grande desconfiança na polícia, que é tida como colaboradora com as ‘grandes gangs’ que fazem das suas sem que alguém lhes dê oposição. As solturas sem mais nem menos de criminosos e a não valorização da colaboração do cidadão colocam a PRM no mapa das polícias mais inviáveis e pouco dignas de uma pretensa honra. A lei e ordem nunca se reporá se nós próprios cujo mandato é salvaguarda-lá, operamos à margem da lei e ordem. A ausência de lei e da ordem que se repercutem e tomam o Governo adentro. Os elementos do executivo fazem o uso inadequado dos recursos financeiros oferecidos e emprestados pelos parceiros moçambicanos aos nossos olhos. Vemo-os a dilapidar em espiral do tesouro público para fins pouco dignificantes e até pessoais.
Agora, Nelson quando me dizem o que não foram notificados pela Suécia por causa de corrupção, os governantes estão a ser lisonjeiros. Além deste país mais de 18 milhões tem o dedo acusador neles, e vão dizer que não os notificaram também. Afinal qual é notificação um ladrão deve ter que esta? Ladrão deve ser tratado como tal. Aiuba Cuerreneia e os seus correligionários, Nelson, são tidos como estando a ensaiar um modelo de cooperação que não conte com os países do Ocidente. O que quer dizer que, como o velho esquizofrênico de dono da junta governante zimbabwena, Mugabe, caso o Ocidente pare de lhes dar dinheiro, vão olhar para leste; ou seja, para a China e Índia. Só a pequenês dos nossos dirigentes os levará a agir assim.

Nelson, a tal pequenês que acima me refiro é aquela que também vimos ser operada pelo partido dos Camaradas. Um pouco por todo o país, a Frelimo já mexe com as oposições, retirando-lhes as bandeiras, amedrontando-lhes, bofeteando e encarcerando os seus membros. Ela tenta a todo o custo ludibriar a todos e a tudo para que se ache a frente e ganhadora na próxima cadeia de eleições quer intercalar quer as gerais, mesmo se para a vontade diga aquilo que pouco quer ouvir. O que me preocupa, Nelson, os elementos que estão perpetrando estes crimes eleitorais continuam à monte, escondidos nos seus aposentos de ar condicionado. A CNE, o STAE, o Conselho Constitucional e o próprio Chefe de Estado fazem-se igualmente de míopes e com ouvidos moucos para intervir em situações de atropelos à leí-mãe e a eleitoral.

Nelson, estas e outras preocupações desta dita ‘pérola do Índico’ em nada contribuem para o desenvolvimento de um estado democrático e forte, onde os moçambicanos independentemente do seu estrato social, cor e origem são tidos em conta e seu concurso reconhecido. Portanto, Nelson, ficaremos a espera para ver os contornos que esses assuntos vao ganhar, embora a semana esteja a meio, sem que quem de direito tenha dito nada direito.

Saudações do teu,

Dedé

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