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VOA News: África

sábado, 19 de julho de 2008

Carta ao meu amigo Nelson no Chitengo, em Gorongosa (7)


Passam já duas semanas que partiste, Nelson. Espero que tudo esteja bem contigo e sua integração na equipa dos ‘experts’ em fauna bravia esteja a decorrer à contento. Amava ter notícias tuas sobre o que se passa por aí no PNG (pé-ni-ge). Por cá, vou indo aos poucos como poucos foram os desenvolvimentos da semana que ora termina. Mas há o que nos impressiou. Senão vejamos:


- As ‘grandes primárias’ nos partidos Frelimo e Renamo,
- A visita guebuziana à Zambézia,
- O Zimbabwe.

No tocante às ditas primárias, Nelson, esta semana foi, mormente, interessante ver como as democracias internas dos partidos funcionam. Renamo vai de vento em popa, e dentro dos constrangimentos que vive, seleccionando aqueles que vão representar a Perdiz nas próximas eleições. Não vou me deter aqui das verdades e ironias que o processo encerra/ou, mas digo-te que foi melhor dentro do espaço de manobra que uma oposição como a nossa pode ter neste tipo de pleitos eleitorais. Isto por um lado.

Por outro, a Frelimo não deixou de surpreender ao público, com as suas lutas internas que são resultado de anos de jogos às escondidas que muitas vezes culminavam na indicação dos camaradas, sem que para o facto houvesse algum escurtínio público. Desta vez, muito particularmente, no Município da Cidade de Maputo, vimos aparecerem contendores para o cargo de edil do mesmo. Evoluiram camaradas como o actual Ministro dos desportos (sr. Simango) e da presidente da assembleia do municipio da capital (sra Generosa). Nelson, é importante destacar esta pequena viragem pela positiva destas eleições internas no transe para as eleições inter-partidárias que já vão ao pé da próxima curva. Por mim, Nelson, a Frelimo já se deu tempo para cismar e concluiu que Comiche pode não ser a pessoa certa para os embates eleitorais que se avizinham, cujos resultados podem não só penalizar a ele, como também, levar a capital às mãos da oposição, escrevendo outra página da nossa história certeiramente.

Quem não faz história é o PR, Armando Guebuza, que está na tal passeata presidencial e partidária ao nível da província da Zambézia, onde ele não conseguiu dar resposta do porquê de muito tomate nos mercados de Morrumbala. Nelson, perante a resposta evasiva do ‘magnata’ que ocupa a ‘Ponta Vermelha’, meio mundo que assistiu ao showmicio ficou boquiaberto e incrédulo. Guebuza dizia que não tinha como travar a entrada do tomade malauiano ao país. Só que o nosso PR é muito atrassado a perceber as coisas. A população não disse que não quer tomate vindo do Malaui. A polulação disse, indirectamente ao Guebuza que é disatento a entrada do tomate e outros produtos ao país sem os minimos requisitos documentais de comécio, nem cobertos agendas comerciais do clube dos amigos da SADC. O que a população de Morrumbala quis dizer ao PR que há comércio desfavorável vindo do território malauiano; ou seja, Os malauianos cientes de que podem exportar na base desfavorável, nunca aceitam que o tomate de Morrumbala, e quiça, deste ‘belo Moçambique’ entre naquele país do inter-land. Nelson, foi mesmo uma passeata infeliz do PR, cujo condão e mote principais são as preocupações de Guebuza que teêm haver com a retenção consolidada da sua presidência que pode ser posta em causa nas próximas eleições locais e provinciais, se a Frelimo ganhar e não ganhar bem.

Nelson, lembro-me teres ti dissertado amiudemente sobre o Zimbabue no teu blogue. Dissecaste o sistema mugabanse e até reflectiste nas implicações da conjuntura da actual crise zimbabueana em Moçambique. Agora, com o Mugabe exposto e mais fraco, a mediação silensiosa de Mbeki divandando, a ONU incapaz de impor sanções ao regime criminoso e o ‘cabal’ de serventes à sua volta, a União Africana desencontrada, não sei se a resposta da America e Reino Unido de declarar unilateralmente sansões será eficaz. Fico céptico sobre o futuro, pior ainda porque vejo o nosso governo do Maputo a não dizer ‘coisa com coisa’; ou seja no lado errado da história, congratulando um regime ilegitimo de Mugabe pela boca e voz do jovem propagandístico, Edson Macuacua. Será que essa troika da UA, já aceite por Mbeki, trará frutos que possam virar o triste quotidiano do povo zimbabueno? Não sei!

Fico por aqui Nelon, esperando vir ao teu contacto para, entre outras coisas, ti dizer sobre os acontecimentos da semana e talvez responter tua missiva.

Um abraço de sempre,

Teu Dedé

2 comentários:

  1. Ilustre
    Por falar em eleições primárias,
    Era preciso não esquecer de referir as ELEIÇÕES INTERNAS DA RENAMO NA PROVÍNCIA DE MANICA ... a carta ao Nelson ta boa... mas aquela da provincia de Manica, onde um candidato interno, vencedor inquestionável das eleições internas da Renamo, com mais de 30 votos se suicidou após receber um resultado estrondosamente diferente, dando como vencedor o seu adversário que tinha obtido apenas 2 votos, não é de saltar a curiosidade meu caro !!!
    SERÁ QUE A DEMOCRACIA INTERNA NÃO FAZIA PARTE DO JOGO DEMOCRÁTICO NA GRÉCIA ANTIGA!?!?

    Um abraço !!

    ResponderEliminar
  2. Obrigadissimo Muhate, pela visita. Respeito sua opiniao ao que o assunto de refere, sem querer me meter em barulhos do uso de modelos exogenos de democracia do classico elenico que esta's te referindo.

    ResponderEliminar

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