OTM prepara Congresso para Novembro próximo |
"Nós neste momento não podemos dizer se conseguimos defender os interesses dos trabalhadores ou não. Uma organização inserida na sociedade é alvo de diferentes apreciações. A sociedade nunca está satisfeita com nada fundamentalmente quando atinge um determinado patamar, pois a partir daí ela tem outras preocupações. Nós não estamos preocupados que a sociedade diga que a OTM tem um bom desempenho. É bom ouvir que a OTM é uma organização fraca. Mas temos que saber que não há uma organização com sucessos ou insucessos absolutos" - Francisco Mazoio , porta voz da OTM- Central Sindical em entrevista ao Canal de Moçambique. |
Os sindicatos filiados na Central Sindical criada como organização de massas do partido Frelimo, a Organização dos Trabalhadores Moçambicanos (O.T.M. Central Sindical) encontram-se desde o passado dia 30 de Agosto a realizar conferências provinciais com o objectivo de levar a efeito o seu congresso entre 28 e 30 de Novembro próximo.
Numa fase em que no país a esmagadora maioria das pessoas continuam desesperadamente à procura de emprego e não conseguem, onde os empregadores são considerados detentores de grande poderio decisório e a maior parte das empresas são detidas ou participadas por membros do governo e da hierarquia do partido no poder, fazendo isso com que as relações laborais e entre os outros intervenientes e os sindicatos, designadamente os filiados na OTM, sejam praticamente de nenhum proveito e estes últimos até acusados pelos trabalhadores de serem organizações cujos dirigentes são vendidos e inúteis, que nada fazem em defesa dos interesses dos trabalhadores, a primeira central a ser formada no país como organização democrática de massas do partido Frelimo prepara-se para realizar mais um congresso. Prevêem os seus dirigentes que ocorra de 28 a 30 de Novembro próximo.
Tem como principais objectivos, segundo revelou Francisco Mazoio, porta voz da OTM-Central Sindical, efectuar o balanço de todo o trabalho que tenha sido empreendido pela organização durante os últimos cinco anos, isto é, desde 2002 a 2007.
"Temos ainda como agenda para o Congresso a revisão dos estatutos; a aprovação de um plano estratégico que irá orientar a Organização dos Trabalhadores Moçambicanos nos próximos cinco anos na defesa dos interesses dos trabalhadores, bem como a eleição de novos corpos directivos", disse Francisco Mazoio.
Segundo ele, neste momento estão a decorrer em todo o país conferências provinciais que são considerados passos iniciais para a preparação do Congresso que acabará sendo "a reunião mais alta alto nível da OTM – Central Sindical do País".
"Alguns sindicatos filiados na OTM-Central Sindical irão fazer, durante o período de preparação do Congresso da Central Sindical, os seus congressos. São eles, nomeadamente, o SINTIAB, Sindicato da Indústria Alimentar e Bebidas; SINTEVEC – Sindicato Nacional da Indústria Têxtil e Vestuário; SINTIQUIGRA- Sindicato Nacional da Indústria Química, Borracha, Papel e Gráfica ; SINPIOC- Sindicato Nacional dos Estivadores; SINPOCAF - Sindicato Nacional dos Portos e Caminhos de Ferro, entre outros", disse a mesma fonte.
Sobre o percurso da OTM
Instado a pronunciar-se sobre uma Organização dos Trabalhadores Moçambicanos partidarizada e que sempre se norteou pelos princípios de um partido que tem estado no poder e que actualmente tem membros dirigentes que são proprietários ou accionistas das empresas do país que mais precisariam de uma actividade sindical consequente, uma organização desactualizada e a ser acusada pelos trabalhadores de nada fazer e de se tratar de uma organização inútil pelas bases, quisemos ouvir o parecer do nosso interlocutor.
Francisco Mazoio foi explícito: "Nós neste momento não podemos dizer se conseguimos defender os interesses dos trabalhadores ou não".
"Uma organização inserida na sociedade é alvo de diferentes apreciações. A Sociedade nunca está satisfeita com nada, fundamentalmente quando se atinge um determinado patamar, pois a partir daí ela tem outras preocupações".
"Nós não estamos preocupados que a sociedade diga que a OTM-Central Sindical está num bom desempenho. O que a nós nos interessa é sermos uma organização com uma boa intervenção na defesa dos interesses dos trabalhadores", disse Francisco Mazoio.
De acordo com Mazoio, "quando a OTM faz um congresso, fá-lo por o mesmo constituir uma ocasião de análise dos principais problemas que afectam a organização".
"Neste momento", acrescentou, "estamos a auscultar as diversas sensibilidades para melhor avaliarmos a nossa vida e traçarmos novas estratégias".
"É bom ouvir que a OTM é uma organização fraca. Mas temos que saber que não há uma organização com sucessos ou insucessos absolutos", disse o porta-voz desta Central Sindical que não é a única existente no país.
De recordar que Soares Nhaca, actual vice-ministro do Trabalho, quando era o mais alto dirigente desta central sindical foi convidado e aceitou tornar-se governador de uma província. Desde aí todos os seus discípulos tem vindo a ser acusados pelos trabalhadores de agirem na direcção da OTM-Central Sindical sempre com o propósito de agradar ao governo e aos chefes numa desesperada tentativa de lhes vir a calhar a mesma sorte.
(Alexandre Luís)
M I R A D O U R O - ACTUALIDADE NOTICIOSA - MOÇAMBIQUE - MMVII
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