MESMO com o sol a pino – ontem, por exemplo, os termómetros atingiram os 34 graus centígrados – o holandês mantém os seus níveis de exigência. Muita entrega, galhardia e alto sentido profissional. Os curtos intervalos são aproveitados para sorver uns rápidos goles de água. O regresso ao trabalho é imediato. Muito trabalho com bola. Vários ensaios tácticos. Os jogadores não desfalecem. O entrosamento é um dado adquirido. Todos conhecem a rigorosa filosofia de Martinus Ignatius Maria. Veteranos e novatos revelam o mesmo empenho. O "mister" quer atletas com fogo nos olhos, pois sabe que no próximo sábado à noite, a partir das 20.00 horas locais (19.00 de Maputo [19.00 na RSA, 18.00 em Lisboa e Londres]), no Estádio Nacional de Dar-es-Salaam, os tanzanianos tudo farão para não permitir uma vitória moçambicana.
Quem vai ao campo do Atlético Muçulmano, deslumbra-se com o magnífico trabalho levado a cabo pelos "Mambas". A equipa técnica, da qual faz parte também Miguel Chau, nesta altura em que o Moçambola está ao rubro e os futebolistas convocados dos estrangeiro, felizmente, todos eles são titulares nos respectivos clubes, tem como preocupação montar uma estratégia de jogo que possa anular a cartilha brasileira levada à Tanzania pelos técnicos responsáveis pela selecção. Maria não viu este adversário actuar no Estádio da Machava, na primeira volta do Grupo VII da Fase de Qualificação para o CAN Gana-2008 – nessa altura, o seleccionador nacional era Artur Semedo – mas já teve a oportunidade de televisionar essa partida, assim como o efectuado pelos tanzanianos no passado sábado, perante o Uganda, na inauguração do seu novo estádio.
O grupo todo, igualmente, teve uma sessão de vídeo virada para estes dois desafios, cujas ilações vão servindo para o treinador ir fazendo as suas prelecções e acima de tudo achar os antídotos necessários para travar, por um lado, a pressão que os moçambicanos terão dentro das quatro linhas, e, por outro, toda a hostilidade que os ambientes desta natureza propiciam. De uma forma geral, tanto técnicos como jogadores acreditam numa excelente prestação dos "Mambas", ao nível dos memoráveis embates com Burkina Faso e Senegal, augurando que, se assim for, as portas para triunfar em Dar-es-Salaam estão completamente abertas.
"Todos os jogadores estão com bom ritmo e devidamente entrosados no seio do grupo. Sabemos que os tanzanianos estão extremamente preocupados e pressionados, já que actuam no seu terreno. Estiveram muito tempo fora, à procura de rodagem, e no sábado derrotaram o Uganda. Ora, do nosso lado, cabe encontrar formas de ultrapassar todas as vicissitudes que iremos enfrentar, através de um jogo mais rápido, maior posse de bola e sua circulação com máximo cuidado", receitou Miguel Chau.
Segundo ele, a componente mais forte da Tanzania, em relação à qual a nossa selecção terá de depositar mais atenção, é a zona intermediária, onde se acha bem organizada. Aliás, adoptando o modelo brasileiro, o seu jogo será também de tentar a posse do esférico e circulação a toda a largura do terreno. "Temos que cair em cima deles", sentenciou o adjunto de Maria.
MUITA ALEGRIA
Assumindo-se já como equipa, coesa e em que todos os artistas falam a mesma linguagem, a selecção vai trabalhando sob um ambiente de muita alegria. Ontem de manhã, durante pouco mais de uma hora, o técnico insistiu em constantes trocas de bola, desmarcações e remates à baliza. Essencialmente, o que pretende é a arrumação táctica da equipa, isto é, a forma como ela sair do seu meio terreno, a missão crucial dos meio-campistas no trabalhar o jogo e consequente entrega aos homens da frente. O holandês não advoga improvisos, mas sim lances devidamente elaborados. Para ele, se uma determinada jogada se desenrola pelo lado direito, inevitavelmente, do lado oposto tem de haver um elemento a desmarcar-se, por forma a oferecer um leque vasto de opções a quem está em posse do esférico.
Vários ensaios foram feitos durante esta sessão matinal, que terminou com uma viva e animada "peladinha", utilizando-se metade do campo. Os guarda-redes Kampango e Marcelino praticamente não tiveram descanso, tal foi a "chuva" de remates à baliza. Nota-se nos "Mambas" a preocupação em aprimorar os remates à distância, conscientes de que, em Dar-es-Salaam, os anfitriões podem optar por fechar o perímetro à volta da sua baliza.
Com Dominguez na posição de jogador neutro, pelos "vermelhos" jogaram três centrais, designadamente Mano, Simão e Mexer, e quatro meio-campistas: Nelinho, Danito Parruque, Ruben e Rivaldo. Do lado oposto, os "amarelos", o central Tony – não figura na lista dos seleccionados, mas foi convidado pelo técnico, na perspectiva das meias-finais da Taça Castle, no final do mês em curso – o ala esquerdo Miro, os intermediários Alvarito e Julinho e os atacantes Gonçalves e Maurício.
A braços com pequenos problemas, mas perfeitamente recuperáveis antes do dia do jogo, treinaram condicionados Tico-Tico, Dário Monteiro, Tó e Carlitos, os três primeiros avançados imprescindíveis para os golos que precisamos rumo à vitória na Tanzania.
Entretanto, até ontem de manhã ainda não tinham chegado Genito, Paíto, Dário Khan e Nando Matola, que, segundo se esperava, podem ter desembarcado ao fim do dia.
Fonte: NOTÍCIAS
M I R A D O U R O - ACTUALIDADE NOTICIOSA - MOÇAMBIQUE - MMVII
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